‘Meu filho foi confundido com um mendigo’, Pai acusa shopping em área nobre de SP de racismo

Segundo jornalista, criança foi confundida com pedinte por funcionária do Pátio Higienópolis

O shopping Pátio Higienópolis visto de fora - Reprodução / Google



SÃO PAULO — O shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, foi acusado de racismo pelo jornalista Enio Squeff. Enquanto tomava chá no local com seu filho de 7 anos — um garoto negro —, Squeff foi abordado por uma segurança do local, na última sexta, que confundiu a criança com um pedinte. A funcionária se desculpou várias vezes e alegou seguir orientações do shopping.

Em relato publicado nas redes sociais, Squeff disse que o filho vestia o uniforme da escola. “Como eu lhe questionasse para o fato de ela ver pele e não o uniforme, quem se chocou, então, assustada, foi a moça travestida de segurança. Eu que a desculpasse, ela não tinha tido a intenção de me ofender. Para corroborar a extensão de seu pedido de perdão, afirmou-me que ela também era negra -,e sua pele não a desmentia; mas que recebia ordens”, contou.

O artista, no texto, questiona as ordens da direção do local de “expulsar meninos negros do sagrado local de Higienópolis”. Depois, afirmou ter sentido pena da moça, pois se recorresse à auditoria shopping ela provavelmente teria sido demitida.


“E aí, então, ela seria duplamente punida: não apenas por ter atentado contra uma criança negra, mas por se ter flagrado num racismo duplamente condenável por ser ela mesma negra, num ato discriminatório que ela entranhou em si, como parte do seu trabalho”, e acrescentou: “Não é por nada, aliás, que 70% dos jovens assassinados no Brasil, sejam negros.”


Procurada, a assessoria do shopping ainda não se manifestou sobre o caso.

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