A Ditadura Viva em Pernambuco. Policiais Monitoram Reunião de Estudantes

“Se esse trabalho está indo além das competências da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e invadindo o direito de livre organização sindical, de luta dos trabalhadores, aí isso é preocupante”, comentou. “Não quero crer que vá até aí, seria uma grande decepção para todos nós se tivesse comprovado esse tipo de transgressão por parte da Abin num governo que nós apoiamos”, Eduardo Campos.
Por Odilon Lima
Estamos no ano de 2013 e não em 1969. Temos décadas de democracia no País. Quem como eu, e outros que estão nos governos hoje, que viveram a transição da ditadura militar para a democracia, sabe muito bem as dificuldades de se organizar. A sensação que tínhamos de estarmos sendo seguidos, monitorados em nossas reuniões partidárias, de movimentos sociais ou até da própria Igreja. Fui um dos formados pela Igreja Progressista, seguidores da Teologia da Libertação.

Estudantes em reunião no DCE da Unicap são intimidados pela Policia
Estudantes em reunião no DCE da Unicap são intimidados pela Policia. Foto AgenciaJcMazella
Ontem, aqui no Recife, em Pernambuco, de Miguel Arraes, Paulo Freire,
Gregório Bezerra, Francisco Julião e tantos outros que lutaram por um Brasil mais justo e socialista, alguns deram suas vidas para que a Democracia se estabelecesse no País, foi palco de um dos fatos mais lamentáveis e arrogantes de atentado a democracia brasileira.

Ontem acontecia, como deve estar ocorrendo em várias partes do País, uma reunião de estudantes no DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Universidade Católica de Pernambuco, a Universidade que me formei e militei no inicio dos anos 90. A reunião, que avaliava as manifestações que acontecem na Cidade e visava a organização de novos atos, foi surpreendida com a presença de policiais militares em 4 motos e uma viatura que se prostraram na frente dos estudantes de braços cruzados e sem dar uma palavra, numa clara ação intimidatória.

Os estudantes, junto com advogados ligados aos direitos humanos, tentaram conversar com os policias que afirmaram estarem lá para “garantir a segurança dos presentes na reunião.” Coisa desnecessária pois era uma simples reunião de militantes estudantis. Apesar de fardados os policiais em Pernambuco tem andado sem identificação na roupa. Policial sem identificação em atos públicos para mim são iguais a manifestantes que cobrem os rostos. Os dois fazem isto por terem um motivo bem óbvio. Não querem ser identificados.

Logo depois os policias se retiram da reunião e tempos depois voltaram para terminar a intimidação. Com câmeras e celulares começaram a fotografar e filmar os manifestantes presentes para identificá-los e intimidá-los. O Centro Popular de Direitos Humanos, que participava da reunião com os estudantes, filmaram e anotaram a viatura da polícia e o momento em que os policiais do Governo do Estado fotografavam e filmavam os presentes na reunião. Segue o vídeo abaixo.


GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS: FAÇAM O QUE DIGO MAS NÃO FAÇAM O QUE FAÇO. COMIGO É CLARO!

Em março deste ano, o Governo Federal foi alvo de denúncia de diversos partidos, movimentos sociais e da imprensa de que estaria utilizando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), por ordem do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI). A intenção era monitorar os presentes em reuniões dos trabalhadores portuários que ameaçavam greves e mobilizações País a fora caso o governo aprovasse a MP dos Portos.

O fato caiu como uma Bomba sobre os Sindicatos e a População brasileira que tem a democracia como uma conquista que não deve ser tocada, ferida. Monitoraram os presentes as reuniões dos sindicatos dos portuários e dos trabalhadores do Porto de Suape. Dentre os que foram monitorados estavam advogados e políticos ligados aos portuários. Entre eles o Governador Pernambucano Eduardo Campos que indignado soltou a pérola com a qual abro este texto.

Repetindo a fala do Governador, que é bom que todos lembrem que quer ser candidato a Presidente da República: “Se esse trabalho está indo além das competências da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e invadindo o direito de livre organização sindical, de luta dos trabalhadores, aí isso é preocupante”, comentou. “Não quero crer que vá até aí, seria uma grande decepção para todos nós se tivesse comprovado esse tipo de transgressão por parte da Abin num governo que nós apoiamos”, Eduardo Campos.

E indignado completou: “Não queremos ver a Abin desvirtuando suas funções, invadindo um campo que não é próprio de um trabalho de inteligência no estado democrático de direito”.

Na semana passada a revista Veja trouxe em destaque na capa uma foto do Governador Eduardo Campos e a chamada “quatro agentes da Abin são presos por espionarem Eduardo Campos”. Com certeza deve ser a Resposta de Dilma a ação lamentável de Agentes de Estado.

EDUARDO CAMPOS NÃO RASGUE A HISTÓRIA DO SEU AVÔ MIGUEL ARRAES

Não poderia me calar diante de ação tão lamentável e arrogante praticada pela polícia pernambucana. Não acredito sinceramente que esta tem sido uma ação isolada deste policiais. Apesar de não trazerem na camisa suas identificações, o que não faltam na internet são fotos dos policiais e vídeos também.

Com identificação da viatura é possível se chegar aos responsaveis e se tomar providência se o governo quiser.  Foto AgenciaJcMazella
Com identificação da viatura é possível se chegar aos responsaveis e se tomar providência se o governo quiser. Foto AgenciaJcMazella
Com a intenção de ajudar o Governador e o Secretário de Segurança Publica, Wilson Damásio, no vídeo acima é possível ver a placa de número JJW 6558 e a viatura de número 210105. Com elas se cruzando dia e hora é possível sim se identificar os policiais que estavam neste ato arrogante e antidemocrático.

Assim como Dilma tomou providencias quando da Ação absurda da Abin contra sindicalistas e o Governador de Pernambuco a sociedade pernambucana exige respeito do Governador com o Povo pernambucano e cobra providências urgentes. Não é admissível que Policiais do Governo de Pernambuco estejam nas ruas agredindo pessoas, prendendo outras aleatoriamente e tudo sem uma Identificação em suas Fardas. Policial sem identificação é milícia armada. Isto não pode Governador Eduardo Campos. Não pode.

Faz-se necessário também a identificação de todos os envolvidos nesta ação e punições exemplares a todos. Se estes policiais hora alguma se esconderam para praticar tais atos é porque estavam lá a mando de algum superior que precisa ser rapidamente identificado e afastado do Governo, sob o julgo de V. Exª ser responsabilizado pelos atos que ferem a democracia brasileira e como bem disse o senhor em coletiva quando da espionagem da Abin ao Senhor “Se esse trabalho está indo além das competências … e invadindo o direito de livre organização sindical, de luta dos trabalhadores, aí isso é preocupante”.

Não se pode aceitar monitoramento de reuniões sindicais ou estudantis em regime democrático.Foto AgenciaJcMazella
Não se pode aceitar monitoramento de reuniões sindicais ou estudantis em regime democrático.Foto AgenciaJcMazella
Nisto concordo plenamente com o Senhor. É muito preocupante.

“Não quero crer que vá até aí, seria uma grande decepção para todos nós se tivesse comprovado esse tipo de transgressão por parte da Abin num governo que nós apoiamos”

Não quero crer que vá até aí, seria uma grande decepção para todos nós, que fizemos ou não sua campanha a governador, justo de um governo que apoiamos.

O Governador Eduardo Campos precisa vir a público com um pedido de desculpas formais do Governo do Estado e informar quais medidas estão sendo tomadas para identificar e punir todos os responsáveis. Precisa vir a público reafirmar sua história e de sua família que nunca pactuou com abusos como este de seu governo.

Caso não faço isto vou achar que Vossa Exª. rasgou a história de seu Avô que lutou pela democracia e justiça social nas ruas deste País.

Por Odilon Lima 

Fonte - Release Virtual

Senado aprova projeto que torna corrupção crime hediondo - E sobre pressão popular outros projetos estão em pauta

Atendendo a um apelo da presidente Dilma Rousseff, o Senado aprovou nesta quarta-feira (26), em votação simbólica, um projeto de lei que transforma a corrupção ativa e passiva em crime hediondo. Com isso, esse delito passa a ser considerado tão grave quanto homicídio qualificado e estupro, por exemplo. Na prática, as penas serão mais severas: de 2 a 12 anos passarão a ser de 4 a 12 anos de prisão.
  • O presidente do Senado, Renan Calheiros, abre sessão plenária desta quarta-feira
    O presidente do Senado, Renan Calheiros, abre sessão plenária desta quarta-feira
O projeto também enquadra a prática de concussão (recebimento de dinheiro indevido e obtenção de vantagens por servidor público) como crime hediondo. A pena de 2 a 8 anos de prisão para este delito passará a ser de 4 a 8 anos.
"Foi um dia de importância histórica para o Senado, que neste momento leva adiante esse conjunto de proposições positivas e mostra que está trabalhando para agir em consonância com os anseios do país", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A proposta, que tramitava na Casa havia dois anos, ainda precisará passar pela Câmara dos Deputados antes de ir à sanção presidencial. O encaminhamento do projeto, de autoria do senador Pedro Taques (PDT-MT), atende a um pedido da presidente feito durante encontro em Brasília com prefeitos e governadores na segunda (25), quando ela propôs cinco pactos entre as três esferas do poder.
Ao defender o projeto,  Taques observou que "não é possível identificar as vítimas fatais da corrupção", mas que ela "mata pessoas na porta de hospitais, em estradas onde obras foram mal feitas". "Temos que admitir que o Senado trabalha mais rápido em função dos protestos. Tenho consciência que não é um projeto que vai resolver todos os males do Brasil, mas é um instrumento no combate à corrução e um avanço importante. Todos somos vítimas da corrupção", disse Taques.
Os senadores aprovaram ainda algumas emendas ao projeto original. Uma das emendas, do senador José Sarney (PMDB-AP), inclui o homicídio simples, que não era tipificado como crime hediondo, no rol de crimes hediondos. Outra emenda, do senador Wellington Dias (PT-PI), estendeu o agravamento da punição para o peculato (uso de cargo público para obter vantagem) qualificado por parte de funcionários de carreira do Estado ou agentes políticos (agravamento de 1/3 da pena).
Dias, líder do PT no Senado, se mostrou favorável à aprovação da proposta e defendeu que a aplicação da lei não seja severa somente com as camadas mais pobres da população. "Não se pode ficar só nos três 'pês': pobre, preto e puta", disse.
Outras duas emendas, ambas do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), também foram aprovadas no Senado. Uma delas era semelhante à de Wellington Dias, sobre peculato, e a outra era sobre o crime de excesso de exação (quando um funcionário público exige um pagamento que sabe que é indevido), que agora passa a ser também hediondo.
Na tribuna, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), defendeu o projeto, mas ironizou o pronunciamento da presidente, que na segunda-feira pediu que a corrupção "dolosa" (intencional) fosse tratada como crime hediondo. "A presidente quer que seja considerado crime hediondo a corrupção dolosa, como se houvesse corrupção que dolosa não fosse." O Código Penal não prevê a tipificação de corrupção que não seja a dolosa.

Pautas de hoje

Antes, os senadores já tinham aprovado o FPE (Fundo de Participação dos Estados)No total, Renan Calheiros havia colocado em votação seis projetos na sessão de hoje, mas quatro deles terão a votação adiada.
A expectativa era que fosse votada ainda hoje no plenário a destinação dos royalties do petróleo para a educação. No entanto, os senadores aprovaram apenas o requerimento de urgência sobre o assunto. A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 5.500/2013 que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e os 25% restantes para a área da saúde na madrugada desta quarta. O projeto foi aprovado por consenso, após negociação entre as lideranças. Originalmente, o projeto destinava 100% dos royalties para educação.
Também foram adiadas as análises de um projeto que propõe Ficha Limpa para servidores dos três poderes; de outro que propõe tornar obrigatório o trabalho no SUS para os egressos de cursos de saúde; e de um terceiro que cria a carreira pública de médico, que atualmente não existe.

Agenda positiva por conta das manifestações pelo Brasil

A decisão de colocar esses projetos em votação se deu num momento em que a presidente Dilma, o Congresso e a Justiça adotam uma agenda "positiva" em resposta às manifestações que se espalharam pelo país. Entre as reivindicações, os protestos pedem mais rigor no combate à corrupção.
Enquanto os senadores trabalhavam, um grupo de manifestantes chutou 594 bolas de futebol em direção ao prédio do Congresso. As bolas, pintadas com cruzes vermelhas, haviam sido colocadas pela manhã por manifestantes da ONG Rio de Paz., representando o número de parlamentares e o luto pela atuação do Parlamento brasileiro.
Também para atender aos manifestantes, hoje o plenário da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que reduz a zero as alíquotas das contribuições sociais para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre as receitas dos serviços de transporte público coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros.
Ainda na Câmara, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou a proposta de emenda à Constituição que acaba com o voto secreto em processos de cassação de mandato. A proposta, que já foi aprovada no Senado, vai agora para uma comissão especial da Câmara que será criada para analisá-la. Em seguida, precisa ser aprovada em dois turnos no plenário da Casa.
Ontem, os deputados derrubaram, em decisão quase unânime, o Projeto de Emenda Constitucional número 37/2011, conhecido como PEC 37, de autoria do deputado federal e delegado Lourival Mendes (PT do B-MA).
A matéria era uma das propostas polêmicas em tramitação no Congresso Nacional que estavam na mira dos protestos. Ao todo, foram 430 votos pela derrubada da PEC, nove favoráveis à proposta e duas abstenções. Com a derrubada, o texto da proposta será arquivado.
Fonte - noticias.uol

Prisões e castigos para “civilizar os índios”

A Pública – Descobertas recentes mostram que o antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI), antecessor da Funai, confinou famílias indígenas inteiras em cadeias desumanas
Comunidade indígena na década de 1960 (Fonte: Relatório Figueiredo)
Comunidade indígena na década de 1960 (Fonte: Relatório Figueiredo)
Por André Campos*
“Morrer se for preciso, matar nunca”, era o lema do Marechal Cândido Rondon, que, em 1910, fundou o Serviço de Proteção aos Índios (SPI). Numa época em que setores da sociedade brasileira defendiam abertamente o extermínio dos indígenas, o SPI assumiu como missão a proteção e integração dos “povos ameríndios”, a serem transformados em “trabalhadores para a nação”. Depoimentos de índios e documentos recentemente descobertos mostram, no entanto, grande distância entre o discurso humanitário e as práticas cotidianas do órgão.
Mesmo antes do advento do Reformatório Krenak e da Fazenda Guarani, durante a ditadura militar, as prisões para índios já eram uma realidade no Brasil do SPI. Pequenas cadeias e áreas de confinamento eram mantidas em diversas áreas geridas pelo órgão federal – que, em 1967, foi substituído pela a Fundação Nacional do Índio (Funai) na execução das políticas indigenistas brasileiras.
Modelo da Guia de Licença utilizada pelos servidores do SPI para autorizar o trânsito de indígenas fora da área tribal (Fonte: Museu do Índio)
Modelo da Guia de Licença utilizada pelos servidores do SPI para autorizar o trânsito de indígenas fora da área tribal (Fonte: Museu do Índio)
É o caso, por exemplo, do antigo Posto Indígena Vanuíre, no município de Arco Iris (SP). “Lá também tinha cadeia”, explica Okrides Krenak. Ele próprio conta ter ficado preso no local, na década de 1960. Era uma época em que os servidores do SPI – muitos deles, como Rondon, de origem militar – coibiam com mão de ferro o consumo de álcool nas aldeias. “Eu estava bebendo cachaça, e o chefe de posto percebeu. Mandou eu me apresentar no dia seguinte. Achei que era para fazer algum trabalho, mas não: fiquei preso uns quatro dias.”
O Posto Indígena Vanuíre foi criado em 1916, como parte da estratégia de “pacificação” dos índios kaingangs, até então em conflito aberto contra os colonos que se instalavam para plantar café na região. Os índios passaram a ser “protegidos” pelo Estado através do seu confinamento em pequenas reservas, controladas de forma policialesca.

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Atualmente, vivem na aldeia Vanuíre cerca de 200 indígenas. Além dos kaingangs, o território abriga dezenas de krenaks, etnia que tradicionalmente vivia na longínqua região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, há mais de mil quilômetros dali.
A presença desses índios em território paulista pode ser explicada, em grande medida, pelas estratégias punitivas do SPI. Em 1937, o Krenak João Umbelino foi enviado ao Posto Indígena Icatú (Braúna/SP) para cumprir pena correcional. Lá ficou “internado até 1945, data em que teve livramento”, atesta um comunicado, de 1948, emitido pelo chefe da 5ª Inspetoria Regional do SPI, Joaquim Fausto Prado. “(A partir) desse ano, passou a residir no Posto Indígena Vanuíre.”
Okrides Krenak, preso no posto indígena de Vanuíre devido ao consumo de cachaça (Foto: André Campos)
Okrides Krenak, preso no posto indígena de Vanuíre devido ao consumo de cachaça (Foto: André Campos)
Estudos antropológicos mostram que esse foi o marco inaugural da presença dos Krenaks em Vanuíre. A partir da década de 1940, enfrentando expropriações de terra em Minas Gerais, diversas levas de parentes de Umbelino migraram para a aldeia paulista, dando origem aos núcleos familiares que lá estão até hoje.

Permuta de índios infratores

O Posto Indígena Icatú, que abrigou João Umbelino inicialmente, foi um importante polo receptor de indígenas “infratores”. José Gabriel Silveira Corrêa, doutor em antropologia social, aponta, em sua tese de mestrado, que esse parece ter sido “o posto preferencial para a recepção de índios retirados de suas origens para se recuperarem”. O antropólogo localizou documentos do SPI que revelam o envio ao local de índios oriundos do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Assim como Vanuíre, Icatú era originalmente habitada pelos índios Kaingangs. As transferências correcionais, no entanto, alteraram o panorama étnico da aldeia. “O pai do meu sogro veio preso, foi quem primeiro veio para cá. Naquela época (década de 1940) ainda existia a cadeia”, conta o índio da etnia Terena Ranulfo de Camilo. Como era comum nesse tipo de transferência, sua mulher e filhos vieram com ele. “O mais velho acabou casando com uma Kaingang. Depois vieram atrás outros parentes”, complementa o também Terena Candido Mariano Elias. Em Icatú vivem hoje dezenas de representantes da etnia, boa parte deles casados com Kaingangs.
As transferências punitivas e a instalação de cadeias não eram ações isoladas de funcionários locais. Um relatório de 1955, da Seção de Orientação e Assistência (SOA) do SPI, estabelece a necessidade de “solicitar aos chefes de Inspetoria Regional, onde existe o problema de delinquência, a organização de uma ‘colônia penal disciplinar’, permitindo que, nos casos menos graves, sejam aí internados os índios que pratiquem delitos.” Nos casos mais graves, a SOA determina medida diferente: que o índio infrator seja permutado por outro indígena que tenha delinquido em outra Inspetoria Regional.
Na época do SPI, o que se entende por delinquência reproduz alegações posteriormente comuns nas colônias penais indígenas de abrangência nacional, criadas pela Funai durante o regime militar. Episódios que incluem de homicídios e roubos nas aldeias a atos classificados como insubordinação, indisciplina e embriaguez.
Também eram punidos os índios que saíam das aldeias administradas pelo órgão. Além de manchar a imagem do SPI – já que, supostamente, eles viviam felizes e satisfeitos postos indígenas –, esse comportamento estaria associado a um modo de vida “errante”, contrário ao ideal de integração do índio à mão de obra nacional. “O nomadismo foi, pode se dizer, aquela ‘falta’ que melhor sintetiza o fundamento pedagógico dessas penalidades, visando a transformação dos índios em civilizados”, avalia Corrêa.
Presença militar nas áreas indígenas registrada no Relatório Figueiredo (Fonte: Relatório Figueiredo)
Presença militar nas áreas indígenas registrada no Relatório Figueiredo (Fonte: Relatório Figueiredo)

Outras cadeias pelo Brasil afora

Existem muitas outras áreas que, segundo relatos diversos, teriam abrigado “infratores” transferidos durante os anos do SPI. Afetando, por exemplo, indivíduos da etnia Guarani Kaiowá envolvidos em conflitos de terra no Mato Grosso do Sul. “Muitos foram enviados ao presídio que o SPI criou na Ilha do Bananal (TO) para abrigar lideranças indígenas rebeldes”, atesta um documento do Comitê Internacional de Solidariedade à Luta do Povo Guarani e Kaiowá.
Já a existência de celas no Rio Grande do Sul e no Paraná foi abordada, em novembro de 2012, pelo relatório parcial da rede colaborativa de pesquisas “Povos Indígenas e Ditadura Militar”, criada por organizações da sociedade civil para oferecer subsídios à Comissão Nacional da Verdade. As informações da rede baseiam-se no Relatório Figueiredo um documento de sete mil páginas, compilado entre 1967 e 1968, durante uma Comissão de Inquérito estabelecida pelo Ministério do Interior. Acreditava-se que ele tinha sido destruído em um incêndio no Ministério da Agricultura, há 45 anos. Recentemente, foi redescoberto no Rio de Janeiro (RJ).
No Posto Indígena Cacique Doble (RS), por exemplo, o Relatório Figueiredo descreve a manutenção de índios confinados completamente despidos, entre eles mulheres e crianças, em uma prisão criada no local. Lá havia também uma “câmara escura” construída para punir os indígenas.
No Posto Indígena Nonoai (RS), segundo o documento havia uma cela de tábuas, com um pequeno respiradouro e sem instalações sanitárias, “que obriga o índio a atender suas necessidades fisiológicas no próprio recinto da minúscula e infecta prisão.” Esse cárcere, diz o relatório, teria sido inclusive apontado pelo chefe do posto como melhoramento de sua autoria. “Realmente o cárcere privado anterior lembra presídios de Luis XI, da França: Uma escura caixa de madeira de cerca de 1,30 x 1,00 metro, construída dentro de um imundo pavilhão de pocilga e estrebaria.”
Trechos do Relatório Figueiredo descrevem torturas praticadas por servidores do SPI em áreas indígenas (Arte: Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental)
Trechos do Relatório Figueiredo descrevem torturas praticadas por servidores do SPI em áreas indígenas (Arte: Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental)
Além de detenções de caráter desumano, o documento também descreve uma ampla variedade de castigos físicos infligidos pelos funcionários do SPI. Entre eles, espancamentos, chicotadas e torturas mais sofisticadas como a “técnica do tronco”. Basicamente, tratava-se de uma prensa de madeira que, através de um sistema de polias, lentamente ia esmagando o tornozelo da vítima. “Um processo muito doloroso, que se levado ao extremo poderá provocar a fratura do osso, como aconteceu muitas vezes”, atesta o Relatório Figueiredo.
Mais recentemente, já durante a gestão da Funai, há uma outra denúncia ainda pouco investigada, que remete à criação de uma colônia penal clandestina no território Yanomami.  Em dezembro de 1979, o Musée de l’Homme, uma organização francesa, encaminhou duas cartas expondo o fato à Embaixada brasileira em Paris. Corrobora a denúncia um depoimento da fotógrafa indigenista Cláudia Andujar ao jornal O Estado de São Paulo, naquele mesmo ano.
*André Campos, 31 anos, é autor de reportagens e documentários investigativos e pesquisa há cinco anos as cadeias indígenas da ditadura.  Esta reportagem foi realizada através do Concurso de Microbolsas de Reportagem da Pública.

O golpe no Brasil já tem roteiro

Crédito : Reprodução Facebook
O movimento conservador e “antipartidário” que se infiltrou nas manifestações de rua nos últimos dias já defende abertamente um golpe de estado,conforme este Portal apontou mais cedo, e começa a pedir o afastamento da presidenta Dilma Rousseff e a clamar pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa, como o “salvador da pátria”. Nas redes sociais, já há até mesmo um “roteiro” para o golpe, conforme conta reportagem da Rede Brasil Atual. Leia abaixo na íntegra. 

Movimento ‘antipolítica’ antecipa o roteiro do golpe nas redes sociais

Da Rede Brasil Atual – Com a apropriação da onda de manifestações em várias cidades brasileiras por pautas conservadoras, as redes sociais ligadas a esses grupos já começam a traçar uma espécie de "roteiro do golpe". De um lado, defendem o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, de "todos os políticos" e de "todos os partidos". De outro, clamam para que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, assuma o comando do país para que as forças armadas ajam “em defesa da população que se manifesta nas ruas”.

Embora sejam difusamente compartilhadas, as campanhas atingem um número relevante de pessoas. Uma delas, com a foto de Barbosa pedindo que assuma a presidência do país, já passa de 270 mil compartilhamentos.

Outra, no site Avaaz.org, pede o impeachment de Dilma e tem 315 mil assinaturas. Junto a elas, comentários pedindo o fim dos partidos, ação das forças armadas, separação de São Paulo do restante do país etc.

Em outra ação, os grupos de direita criaram um evento no Facebook convocando greve geral para 1º de julho. Na pauta de reivindicações estão o “fim da roubalheira", a "auditoria no caixa do governo" e a "punição para os corruptos”, entre outros nove temas. O ato contava 390 mil confirmações até as 13h de hoje.

Um vídeo da organização Anonymous, publicado na terça (18), chegou à marca de 1,4 milhão de compartilhamentos. O filme divulga “as cinco causas diretas, sem cunho religioso ou ideológico, sem bandeiras partidárias ou subjetividades”. As ideias propostas como de “cunho moral” e “unanimemente aceitas” são: Não à PEC 37; saída de Renan Calheiros da presidência do Congresso Nacional — ele é presidente do Senado — investigação e punição das irregularidades na organização da Copa do Mundo;  lei que torne a corrupção crime hediondo; e fim do foro privilegiado.

Na noite de ontem (20), o site do jornal Brasil de Fato denunciava a realização de uma pesquisa pelo Instituto Datafolha, que perguntava às pessoas qual afirmação ela se identificava mais: "a democracia é sempre melhor que qualquer forma de governo"; "em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático"; ou "tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura".

Todas essas iniciativas incendeiam ainda mais o cenário de temeridade formado pela tomada do movimento que ganhou as ruas nos últimos dias pelas pautas identificadas com a direita política. O Movimento Passe Livre declarou na manhã de hoje que não convocará mais protestos, pois alcançou a vitória almejada, e criticou a violência contra organizações políticas ocorridas na manifestação de ontem (20) na avenida Paulista.


Já existe uma página no Facebook incitando um suposto Golpe

TEM CABO ANSELMO AOS MONTES, NAS RUAS

Como diz o professor Wanderley: o odor é fétido. Cheira a Golpe.



O interlocutor do ansioso blogueiro levantou a lebre.

Tem mais gente que o MPL nas ruas, claro.

Tem muito agente provocador.

Você vê pelas roupas, pelo corte de cabelo.

Serão anarquistas apenas, ou tem policial ?



Ou o crime organizado, também ?, perguntou o interlocutor.

Mas, policial ?, perguntou perplexo ao ansioso blogueiro.

Tem policial que não quer trabalhar à noite, naquela “operação delegada” – quando o policial faz bico, oficialmente.

E, aí – continuou o raciocínio obliquo, tipico de um telefonema: “esse pessoal fica chutando pombo”.

E vai para a rua.

Clique aqui para ler “Suspeito de arrombar a Prefeitura é filho de empresário da área de transportes”.

E essa história de a Globo de “pintar” o rosto dos meninos com aqueles linhas verde e amarelo, do “fora Collor” ?, perguntou o ansioso blogueiro.

Você quer que eu responda com uma pergunta ?, ele respondeu.

O ansioso blogueiro foi dormir com essas observações na cabeça e acordou com um e-mail do amigo navegante Afonso:


Grande Paulo
estava na cara que essa meia dúzia de …do MPL não levaria mais de cinco mil pessoas para as ruas. Veja o que acabo de ler nos comentários de um site.
Você já ouviu falar em brucutus ?
Será que o Zé… da Justiça não deveria mandar investigar isso?
O pessoal da ABIN ?
Afinal, golpistas estão cometendo crime contra a democracia…ou não?
Bem, o Zé não vai investigar, claro. Quem será que poderia?
Abraço
Afonso


1.    RELATO DE COMO DESCOBRI OS INFILTRADOS NOS MOVIMENTOS DO MPL PELAS RUAS DO BRASIL.


Artigo. 19.06.2013 às 21:25

Acredito que descobri quem são os infiltrados no movimento MPL. Quem esteve agitando na rua, quebrando tudo, é a direita! A infiltração no movimento de rua do MPL que vem causando transtornos em meio a passeata pacifica, tem vários nomes, movimentos, mas uma forma de agir, cooptar e incitar a violência. E só descobri isso porque lancei uma isca e deu certo!
Coloquei na minha página uma mascara do Anonymous, postei palavras de ordem, distribui a informação em grupos conservadores e não tardou para entrarem em contato. Para a turma que ainda acredita que tem uma divisão no MPL em São Paulo, que existe bagunceiros quebrando tudo, e que isso ocorre ao acaso, tenho uma bomba pra vocês. Não é divisão… é infiltração golpista.
O que esta em ação, é o mesmo plano que levou o Jango a ter que aceitar o parlamentarismo em 1962 e posteriormente resultou no golpe em 1964, só que agora contra o PT. Estão inflamando jovens conservadores para criar o caos. Com o governo sem ação e com o discurso de que existe perigo de um golpe de esquerda à direita, associada a militares e religiosos surgira com o discurso de que precisam tomar o poder para limpar a casa. Mas a história, como todos sabem, se repete duas vezes, e a segunda como farsa.
Estamos diante de uma revolução de fundamentalistas religiosos, aliados as elites golpistas conservadoras. Atentem aos sinais. A semana inteira estive informando que tem uma infiltração da direita dentro do movimento das ruas. Porem a dois meses cantei a bola, estão tentando um golpe de Estado conservador contra o governo Dilma. Isso surgiu com os boatos do corte do bolsa família e a mentira de que os 6 mil médicos cubanos que entrariam no Brasil, seriam agentes para ajudar em um golpe do PT (?!). Não tardou para pedirem aos militares a derrubada do governo.
Notem o movimento de leis conservadoras religiosas no congresso, agredindo o Estado laico. Ou o PEC 37 que querem acabar com os poderes de investigação do Ministério Público, tudo esta intimamente relacionado. Os agitadores, no entanto não são os comandantes. A retaguarda com orientação de partidos não mostra a cara, colocam idiotas uteis nas ruas para atrapalhar o MPL. Criam páginas secretas no facebook com nomes como “Brasil Comum”, “Basta”,“Chega”, “Fora Dilma”, “muda Brasil” entre outras dezenas encontradas.
Procuram ativistas que estão reclamando da situação. Emitem uma isca para ver o perfil da pessoa. Eles estão criando pequenas células que ficam ocultas. Listas e eventos de facebook fechadas não podem ser identificadas nem localizadas. Se der errado a célula, podem apagar sem maiores estragos sem chamar atenção. Comecei a desconfiar dos contornos tomados pelos agitadores, que vem agindo contra as recomendações pacifistas do movimento MPL, quando fui procurado para ser suposto líder de um movimento revolucionário!
Me procuraram aleatoriamente por que viram minha imagem do “anonymous” e minhas postagens das fotos do evento do MPL no meu perfil. Me acharam como um suposto “indignado”, sem saberem que sou de esquerda e não me oponho ao governo do PT, mas me oponho a violência da policia de Alckmin contra os manifestantes e também me oponho a qualquer ameaça contra a democracia. Ainda acredito que a política brasileira de lado a lado esta corrompida, indiferente aos partidos, mas isso deveria ser resolvido com uma ação de renovação da política através de processo eleitoral como ocorreu nas últimas eleições italianas.
Dei corda e deixei eles escreverem, descobri que eles estão cooptando pessoas com diversos nomes de entidades e movimentos, buscando jovens para fazer estes atos. Justificando que o governo Dilma é corrupto e que é hora de se indignar e fazer uma revolução. Antes de entrar me fizeram uma pergunta. Se eu estava pronto para ser líder? Disse que sim, pra ver do que se tratava o grupo. Fui cadastrado na página após ter aceito o papel de “liderança”… dentro mensagens de ordem. Ou seja, eles estão cooptando com o pressuposto de incitar uma revolução, convidando as pessoas para uma suposta ação heroica. Chamam de “guerreiros”, falam em salvar a nação, luta contra corrupção, etc…
Olhe o texto da postagem do rapaz que tentou me cooptar. Vou omitir o nome dele, chamando de anônimo: anônimo “Traçar os objetivos da Manifestação, os objetivos que são comuns a todas cidades e estados do Brasil. Recrutar os líderes das cidades com manifestação. Curtir · · Seguir publicação · há 7 horas” Olhe o texto dele In box, como me abordou:
Anônimo “Manoel Neto, vc se sente pronto para ser líder dos manifesto? Importante uma resposta sua!” Após a resposta, me cadastrou no grupo. Este tipo de figura de direita, que esta articulando gente para as ruas. Eles pedem que as pessoas coloquem bandeiras do Brasil em seus perfis e recomendam que o movimento de rua mude o discurso do MPL para o foco contra a corrupção do PT. Até então, não tinha ideia com quem estava tratando. Apresentaram-se como pertencentes a organizações “sem nome”… após insistência me deram nomes de movimentos como “Basta Brasil” e “Brasil Bem Comum”. Logo em seguida ele se identificou, mas só após muita insistência: anônimo “somos da Curitiba Ativa, e organizadores do Dia do Basta E abrindo campo ainda…”
Como todos dos movimentos sociais modernos sabem, o Dia do Basta, se valeu das mascaras dos anonymous e tentou forjar uma ação do grupo no Brasil, que de fato, não era do Anonymous (conforme nota do grupo original), mas sim, uma ação articulada pela direita. Tem a direita por trás disso… Até brincamos na época, que os ataques hackers que ocorreram no Brasil… eram os hackers da direita… O dia do Basta, tem PSDB e partidos de direita de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro no comando… era uma tentativa de levantar o povo contra o PT, usando a associação ao mensalão, com atual governo, como motivo pra gerar revolta popular e a derrubada do governo.
Eles é que estão infiltrados no movimento de rua do MPL e Revolta do Vinagre… e só se abriram comigo, porque se enganaram com a imagem que eu coloquei no meu perfil… assim que viram minhas opiniões, pararam de conversar comigo. OS FORTES INDÍCIOS SÃO PÚBLICOS, PODEM SER ENCONTRADOS NA INTERNET: Páginas sugerem um golpe militar contra o governo eleito de Dilma Roussef, com a alegação falsa da nação correr risco de um golpe comunista. A página Golpe Militar 2014, deixa claro, que pretendem dar um golpe, “preventivo” contra os comunistas: “#QueremosOsMilitares BOA NOITE IRMÃOS PATRIOTAS! Enquanto não chega “A HORA”, vamos visitar a página oficial do Exército Brasileiro no Facebook e deixar comentários positivos e de apoio nos posts, com a HASHTAG:”
Alas radicais, que apoiam anonymous e Dia do Basta, ficam indignados com a participação da esquerda em protestos, demonstrando ódio a partidos, e no entanto defendendo políticos como Fleiciano. Isso fica evidente no depoimento do auto intitulado “Patriota”:
Os vídeos, links e manifestos, fazem conexões entre as organizações, mostrando que são a mesma rede de relações:
A ligação com o anonymous é evidente. A própria página do grupo noticiava o dia do basta. Foi retirada do ar, mas pode ainda ser vista a imagem do evento via link do Google, Anonymous e Dia do Basta:
Uma líder do MPL em São Paulo me confirmou suas suspeitas. E em seguida me deram outro nome que surgiu por lá, um tal de “Mudança já”, que é no fundo a mesma coisa que os outros grupos. São dezenas de células, todas com o mesmo discurso. Na página deles consta a seguinte informação: “MOVIMENTO APARTIDÁRIO por uma gestão pública decente, educação e cidadania SOMOS APARTIDÁRIOS!” Como todos sabem, suprapartidário é democrático e livre, partidário tem lado, e apartidário, sem partido, é fascismo, portanto totalitarismo. Estamos tratando aqui de extrema direita.
É o mesmo grupo, assim como os outros, que pedem o abaixo assinado de impeachment da Dilma, é só ver as imagens de fotos das pessoas com bandeiras do Brasil, fotos do Anonymous e seguir as conexões.
Quem montou a petição e Rogério Teixeira (M. Brasil), notem que isso é a abreviatura de Muda Brasil. Mais uma das células. Tem página no facebook:
Na mesma página, existem conteúdos de cunho religioso, como a frase do novo Papa, conclamando que o cristão precisa ser revolucionário:
Estranhamente, se fizermos as conexões, iremos acabar não apenas achando PSDB, partidos de direita, bem como ligações com a banca evangélica, representantes da igreja católica, evangélicos e políticos ligados a ditadura, entre outros, figuras como Bolsonaro, Feliciano, Alckmin, e até páginas conclamando o falecido Eneias… Esta tudo postado nas páginas citadas, é só entrar nos links, seguir membros e conexões externas. Existe um “nacionalismo”conservador, oculto, que pede mudança no Brasil via golpe militar, derrubada do PT, que na verdade quer dizer, ódio e xenofobia.
Ou seja a razão que une estas pessoas é ódio a gays, negros, nordestinos, pobres, MST e programas sociais do PT em favor de pessoas carentes. Ou seja, quem se levanta alegando salvar o Brasil, odeia o povo brasileiro. O perfil típico dos envolvidos é classe média, branca, homem, de 16 até 45 anos, com ideias reacionárias, com maior concentração em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. O grupo pretende lutar contra corrupção, mas só aponta pro PT, e não cita mensalão do PSDB, nem outros escândalos nacionais. Nem a corrupção geral da política e da podridão que existe hoje no congresso. Então o movimento alega ser apartidário, mas só ataca um partido (?) Notem que a página do Anonymous que é enviada para incitar os ataques é composta por denuncias e dados que atingem exclusivamente nomes do PT e aliados.
Como o movimento alega ser apartidário, se os ataques são exclusivamente contra a esquerda? Diversas Rach Tags levam a pedidos de luta contra corrupção e no meio divulga discursos contra a Dilma, contra comunistas e contra aliados do governo: #OGiganteAcordou #AcordaBrasil #BrasilMostraTuaCara #EstamosEmTodosOsLugares #Naocorrupcao #Manifestacoes #Protestos #Direitos #Brasil #QueremosDemocracia #Democracia #VemPraRua #AmanhãVaiSerMaior #BRevolution #CopadasManifestacoes #mudança O caso me sugere mais sério do que um simples levante desordenado… e o movimento do MPL não é o movimento que esta criando a desordem. É evidente a forma que estão agindo infiltrados. Como os agentes da Cia na derrubada de Salvador Guillermo Allende do governo do Chile em 1973. Eles devem ter milhares fazendo isso… juventude e comitês do PSDB? Partidos evangélicos, cristãos? Extrema direita? Neo nazistas? Quem mais? Aliados internacionais?
O próprio MPL entrou em contato, me confirmando a suspeita de infiltração: “Oi Manoel, legal! Seu relato já havia chegado a mim por outras vias. Eu já suspeitava desde o princípio!” Carol Cruz (MPL- SP) Isso é o que esta ocorrendo no Brasil. Existe o movimento legitimo, que esta lidando apenas na pauta das tarifas de ônibus e existe o movimento golpista, que pretende derrubar a presidente Dilma. Tome cuidado com discurso nacionalista e apartidário neste momento, pois este discurso é orientado por extremistas que querem acabar com a participação popular. A única fala que interessa no momento é democracia e preservação do Estado de direito. Temos constituição! O movimento precisa ser pela legalidade! Manoel J de Souza Neto

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