Conselho Nacional do Esporte decide que capoeira é esporte

Chegou ao fim uma discussão que perdurava há tempos: capoeira é esporte. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional do Esporte (CNE), órgão consultivo do Ministério do Esporte. Como havia o entendimento de que capoeira é uma dança, a modalidade não podia ser beneficiadas por programas do Ministério do Esporte, como o Bolsa Atleta.


shutterstock_253362577
“A capoeira é esporte, tem competições, são atividades importantes para o condicionamento físico. Crianças, adultos e idosos praticam a mesma para diminuir a obesidade e, principalmente, são atividades que têm federações e confederação. Já tinha aprovação do Conselho, mas ainda não havia a publicação do Ministério do Esporte de uma resolução a esse respeito”, comemorou Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física (CFEF).


A decisão que beneficia a capoeira também afeta outras artes marciais. A partir do momento que o Ministério do Esporte publicar resolução admitindo-as como modalidades esportivas, a pasta pode repassar recursos para confederações e atletas desses esportes. Atualmente, a capoeira não é incluída no Bolsa Atleta.


Por que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo?

O fosso que separa os negros dos brancos no Brasil é pior ainda quando se faz um recorte de gênero. Se os homens negros jovens são as principais vítimas da violência tanto institucionalizada por meio das forças de repressão do estado, quanto por meio social, são as mulheres negras as principais vítimas do racismo relacionado à estética. Racismo este que destrói e mutila a autoestima dessas negras



As jornalistas Cristiane Damaceno e Maria Júlia, a “Maju”, e as atrizes Thaís Araújo e Sheron Menezes, além de serem mulheres e negras, têm mais fatos que as ligam como personagens marcantes desse ano de 2015. O que conecta essas 4 mulheres e outras muitas anônimas no Brasil é o fato de que todas foram vítimas de racismo.
Alexandra Loras, que não é tão conhecida do público brasileiro quanto às mulheres acima, mas mesmo assim ela tem muito a dizer sobre esse tema. Alexandra é uma jornalista francesa de 38 anos, graduada pela mais respeitada escola de ciências políticas da França, a Sciense Po. Casada com Damien Loras, cônsul geral da França no Brasil, ela reside na capital paulistana há três anos, em recente entrevista a Revista Istoé, (N° Edição: 2400 /27.Nov.15) a senhora Loras, afirma peremptoriamente que “O Brasil é um dos países mais racistas do mundo”.
consulesa fala com a propriedade de uma mulher que já viajou por mais de 50 países e que já morou em pelo menos 8, ou seja Loras, sabe, ou melhor já sentiu na pela e na alma o racismo à brasileira. O mesmo que sofreram, sofrem e sofrerão Thaíses, Sherons, Majus, Cristianes, Raíssas, Cíntias, Lidianes e Alexandras. O racismo à brasileira que de uma população 57 % de negros/as coloca apenas 4% nas telas das TVs. Racismo à brasileira que leva a invisibilidade negros/as nas escolas, nos ambientes de trabalho e nos círculos de poder.
Onde estão @s negr@s brasileir@s? Quantos somos nas universidades? Nas Câmaras Legislativas? Nas Assembleias? Nos Tribunais de Justiça? Nas prefeituras? Governos? Nos secretariados? Nós ministérios? Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas divulgaram por meio da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) uma análise das condições de vida da população brasileira em 2015, no último dia 04 de dezembro, que evidencia que algo vem sendo feito nos últimos anos no país, porém há ainda um abismo que separa negr@s e branc@s no Brasil.
E o fosso que separa os negros e brancos é pior ainda quando se faz um recorte de gênero. Se os homens negros jovens são as principais vitimas da violência tanto institucionalizada por meio das forças de repressão do estado, quanto por meio social, são as mulheres negras as principais vítimas do racismo relacionado à estética. Racismo este que destrói e mutila a autoestima dessas negras. E levam-nas a buscarem um processo de embranquecimento que vai desde o alisamento do cabelo que chegam até ao pasmem, produtos de beleza que prometem o clareamento da pele.
pesquisa com as bonecas mostra que o buraco é mais embaixo: 85% das crianças negras escolhem a boneca branca como a boazinha e a negra como a má e feia. Tudo isso é fruto de uma ideologia que veicula nos meios de comunicação, nas novelas, seriados, em todos os cantos a supremacia de um fenótipo branco como “padrão de beleza”.
Mas e as mulheres negras o que sobra?
No período da colheita do café, que geralmente começava no mês das “noivas”, Maio. Nesses períodos os dias são bem longos e penosos. É inverno ainda, contudo um inverno dos trópicos, com seu sol a flambar nas dez horas de faina, transformando a terra em fornalha. Nessas horas as negras, queimavam ao sol, nas lavouras da plantations. As mãos suaves eram as escolhida para colherem o algodão. Além da lida no campo, elas eram responsáveis por inúmeras obrigações tanto físicas como sexuais.
É evidente que esse olhar da mulher negra como “pau para toda obra”, distancia-se da visão idílica de mulher como sexo frágil. Mesmo antes de o movimento feminista reivindicar o direito ao trabalho, as mulheres negras já ocupavam as lavouras e posteriormente as fábricas. Toda essa carga racista, machista e preconceituosa de outrora evidencia a atual situação das mulheres negras brasileiras. Queríamos que esse retrato da sociedade fosse uma fotografia do século XIX, queríamos, porém não o é. A ideologia dominante edificou o imaginário que relacionou a negra ao prazer sexual do branco, reconhecendo e fazendo recair em seu corpo o arquétipo da escrava e coisificação sexual, gerando a inveja das senhoras brancas.
As mutilações, extirpações, deformações e outras atrocidades praticadas pelas senhoras brancas no corpo das negras, das quais abundam exemplos na literatura da época, buscavam afetar regiões corporais comumente identificadas com o poder da sedução. Hoje as descendentes das sinhás atacam as negras não mais no castigo físico, na mutilação, mas sim na autoestima, no cabelo, na cor de ébano, naquilo em que as negras que se posicionam na sociedade mais prezam: sua identidade, sua negritude. Até quando?
A pergunta que fecha a entrevista de Alexandra Loras merece transcrição literal. Revista Istoé: O Brasil sabe que é um dos países mais racista do mundo? Alexandra: Não sabe e nem quer escutar isto. O Brasil é o país do otimismo, do samba, do carnaval, da natureza, dessa felicidade e da informalidade. É uma narrativa do estrangeiro. Na elite, as pessoas nem querem debater sobre isso, porque esse assunto incomoda. Mas, em dois anos de manifestações e tudo o que tem acontecido no país, sinto que o brasileiro é como um jovem adolescente rebelde. Ele hoje quer protestar, escutar e refletir.
Então vamos refletir, afinal, O Brasil é um dos países mais racista do mundo?

Soldados europeus estupraram crianças durante “missão de paz”

ONU: Crianças revelaram que foram estupradas por tropas da Europa durante “missão de paz”. Uma das meninas, de apenas 7 anos, disse que foi violentada por soldados franceses “em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoitos”.


Membros das tropas francesas da operação Sangaris já estavam envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado - Foto wikimedia
A ONU acusou tropas da Georgia, de França e de outro país europeu não identificado de terem violentado sexualmente crianças durante missão de paz na República Centro-Africana, como informou o porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.
Uma das meninas, de sete anos, disse que teve relações sexuais com soldados franceses “em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoitos”. Ao todo, cinco meninas e um menino foram entrevistados por investigadores das Nações Unidas. Eles disseram que foram vítimas de violação ou que receberam dinheiro, ou algum tipo de recompensa, para ter relações sexuais com soldados que faziam parte da operação da União Europeia ou das forças francesas, que operam à parte.
Membros das tropas francesas Sangaris já estavam envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado (relembre aqui).
Segundo Colville, embora ainda não tenha sido verificado, três das meninas indicaram que os responsáveis pelas ações eram soldados georgianos que atuavam na força europeia. Elas tinham entre 14 e 16 anos quando os abusos ocorreram, em 2014.
Acredita-se que as violações tenham acontecido no campo para pessoas deslocadas próximo ao Aeroporto de Bangui, na capital da República Centro-Africana.
“Muitos destes crimes continuam sem punição, com os criminosos gozando plena impunidade”, sublinha o alto comissário de Direitos Humanos da ONU
“Estas são acusações extremamente sérias e é crucial que estes casos sejam investigados urgentemente”, disse o alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, em comunicado.
“Muitos destes crimes continuam sem punição, com os criminosos gozando plena impunidade”, acrescentou.
A República Centro-Africana vive um conflito político desde 2012, em que milícias cristãs combatem muçulmanos. Em 2013, a França - antigo colonizador do país – enviou 2.000 militares para a região e começou a passar o controle para as Forças de Paz da ONU somente em 2015. Cerca de 10.000 soldados das Nações Unidas atuam na região desde setembro de 2014.
Via - Esquerda.net

Breve história crítica dos feminismos no Brasil

Excluídas da história oficial, as mulheres fazem do ato de contar a própria trajetória uma forma de resistência. Neste ensaio, publicado na...