A violência 'invisível' entre casais do mesmo sexo

Violência entre pessoas do mesmo sexo é mais comum do que se imagina, dizem especialistas


Por Antía Castedo - Via BBC 


Erica é argentina e tinha 21 anos quando começou sua primeira relação com outra mulher, que era sete anos mais velha que ela. Pouco a pouco, ela se viu presa num círculo de isolamento e de controle asfixiante.

"Agora, quando olho para trás, é difícil entender, mas me lembro de estar convencida de que não ia poder sair disso nunca mais", relata ela à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. "Me ligava constantemente, também quando estava no escritório. Se eu dizia que não podia falar, me ligava no telefone do trabalho", conta.

Depois veio a violência física. A parceira batia na cabeça de Erica, deixava marcas no braço e, um dia, quebrou o nariz da namorada com um soco.

"No dia seguinte, disse a minha mãe que eu tinha caído", conta Erica, hoje com 34 anos.


A história de Erica é parecida com a de muitas outras mulheres vítimas de violência doméstica, mas se difere no fato de que não é um homem o responsável pelas agressões, mas uma mulher.

E não é um caso isolado. Coletivos LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) afirmam que a violência entre casais do mesmo sexo é mais comum do que se imagina. Eles denunciam que, apesar de acontecer com frequência, pouca atenção é dada a esse tipo de violência.

"É uma violência invisível e um tabu", assegura a BBC Mundo Paco Ramírez, presidente da confederação LGBT Colegas, baseada na Espanha.



Protesto na ArgentinaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionProtestas contra violência contra mulheres são comuns na Argentina, onde há poucos casos registrados como violência de gênero entre casais do mesmo sexo



Níveis semelhantes

Ainda que agressões, humilhações repetidas, ameaças ou controle doentio não sejam fenômenos exclusivos das relações heterossexuais, a violência entre pessoas do mesmo sexo é bem menos estudada.

Além disso, em muitos países a união homoafetiva não é reconhecida legalmente.

Na América Latina, muito recentemente, Argentina, Uruguai, Brasil, Colômbia e alguns Estados do México aprovaram casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto o Equador e o Chile reconhecem as uniões estáveis.

No caso do Brasil, especificamente, o Supremo Tribunal Federal decidiu em 2011 por unanimidade o reconhecimento legal da união homoafetiva. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça aprovou resolução que impede os cartórios brasileiros de se recusarem a converter uniões estáveis homoafetivas em casamento civil.

Embora não haja estudos globais, os levantamentos existentes, principalmente centrados em países anglo-saxônicos, indicam que o problema existe e poderia ocorrer em níveis semelhantes aos de casais heterossexuais.



Homem sentando no chão cobre o rosto pelas mãosDireito de imagemISTOCK
Image captionHomens entrevistados Carlos García na Espanha tinham dificuldades para se identificar como vítima



Essa é a conclusão de um estudo divulgado em 2014 pela Escola Feinberg de Medicina da Northwester University, de Chicago, que revisou pesquisas anteriores que sugeriam que entre 25% e 75% de lésbicas, gays e transexuais já foram vítimas de violência doméstica, para concluir que "a falta de dados representativos e a subnotificação de casos de abuso pintam um quadro incompleto do panorama real, sugerindo taxas ainda mais altas (de abuso)".

"A violência doméstica é exacerbada porque casais do mesmo sexo têm de lidar com o estresse adicional de pertencerem a uma minoria sexual. Isso leva a uma relutância em abordar questões ligadas a violência doméstica", diz o psicólogo Richard Carroll, um dos autores do estudo.

Em outra pesquisa, do Centro de Prevenção e Controle de Enfermidades de Estados Unidos, que ouviu mais de 16 mil pessoas, o índice de mulheres lésbicas e homens gays que afirmaram ter sido vítimas de violência íntima (física, sexual ou psicológica) por parte dos companheiros ou ex-companheiros foi similar e, em alguns casos, superior ao de heterossexuais.

Mesmo que nenhum estudo tenha identificado se a violência doméstica é maior em casos de casais homossexuais que nos demais - os dados normalmente não indicam o sexo do agressor e podem estar relacionados a momentos anteriores aos que pessoas passaram a se identificar como homossexuais -, os achados refletem o que muitos na comunidade LGBT já viam como um fato: as mulheres heterossexuais não são as únicas vítimas de violência entre casais, não é certo que os homens nunca sejam vítimas e tampouco que as mulheres não possam ser a parte agressora.


Crenças falsas

Carlos García, trabalhador social especializado em violência doméstica, conversou com 27 homens e mulheres na Espanha que viveram situações de violência doméstica. Observou que os homens dificilmente se identificavam como vítimas. "Me diziam: É que não podia me ver como uma dessas mulheres maltratadas que aparecem na televisão. Tinha que ser outra coisa", disse García à BBC Mundo.

"Socialmente, acredita-se que se a violência acontece entre pessoas do mesmo sexo, então tem que ser nos dois sentidos, pois não haveria dominação nem submissão", afirma García, que compartilhou seus achados no livro La huella de la violencia en parejas del mismo sexo ("A Marca da Violência entre Casais do Mesmo Sexo", em tradução livre).

Por isso, se é difícil para uma mulher hétero denunciar abusos do próprio companheiro, no caso dos homossexuais pode ser ainda pior. É o que está sendo chamado de "armário duplo": além de ter a dificuldade de admitir ser vítima de violência da(o) própria(o) companheira(o), ainda tem de se identificar como LGBT a uma autoridade em que - muitas vezes - não confia.

Além disso, há numerosos casos em que os agressores ameaçam divulgar a orientação sexual da vítima no círculo familiar ou de amizades, e usam isso como mecanismo de controle.

Quando a pessoa decide denunciar, nem sempre encontra instituições ou autoridades prontas para protegê-la.

"Me disseram que riram de algumas mulheres que foram à polícia contar que o agressor é outra mulher", disse à BBC Mundo Karen Vasquez, psicóloga e coodenadora de promoção de saúde sexual da Associação de Psicologia de Porto Rico.

Algo semelhante aconteceu com um dos homens entrevistados por García. Quando ele foi à polícia denunciar as surras que recebia do namorado, não o viram como vítima, mas como alguém que tinha se envolvido numa briga.


Carro de políciaDireito de imagemISTOCK
Image captionA reação das autoridades normalmente desencoraja vítimas de violência de parceiro do mesmo sexo de registrarem agressões



"Se é uma pessoa trans imigrante e vítima de violência, por que vai chamar a polícia? Obviamente não se sentem seguros", assegura Genevive Rodríguez, organizadora de La Línea, uma entidade de Boston, dos EUA, que luta contra abusos de casais em comunidades LGBT e de minorias.

O maior temor é a discriminação ou baixa confiança na atuação da polícia. Na Venezuela, os tribunais também foram identificados como importantes obstáculos para denunciar este tipo de agressão, de acordo com um estudo publicado em 2003 por Reynaldo Hidalgo, professor de criminologia da Universidade de Los Andes.




Invisíveis

Tudo isso contribui para que ganhem visibilidade apenas os casos mais extremos. Como um caso recente que foi parar nos jornais espanhóis, de uma mulher de 53 anos acusada de matar sua parceira a facadas após uma discussão no meio da noite.

Na Argentina, um espaço para mulheres lésbicas e bissexuais chamado La Fulana começou a reunir notícias sobre casos de violências entre mulheres e percebeu que estes eram relatados como briga entre mulheres, entre "amigas", e que não aparecia a palavra "lésbica", segundo explicou à BBC Mundo Paz Dellacasa, coordenadora geral do centro.

Segundo Dellacasa, quando uma lésbica se arriscava a fazer uma denúncia nas autoridades, o caso era registrado como uma "briga" ou "desentendimento", e não em como violência de gênero.

"O que queremos é que nos reconheçam. O que não tem nome, não existe. E o que não existe, não tem direito", salienta Dellacasa.



ProtestaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionReconhecimento legal das uniões homoafetivas é muito recente na América Latina



No Chile, o Movimento de Libertação e Integração Homossexual (Movilh), abriu seu próprio centro para atender vítimas que chegavam à procura de proteção por não ter aonde ir.

Agora, a entidade está se reunindo com representantes do Ministério da Mulher e de Igualdade de Gênero para ajudar a desenvolver políticas públicas que incorporem as lésbicas.

"Há uma vontade de ir aprimorando as leis, mas, sem dúvidas, há também uma resistência cultura", assegura Rolando Jiménez, porta-voz do Movilh.

Jiménez disse que, apesar de tudo, no Chile, o deficit mais grave está no caso dos homens, "porque o ministério não tem competência para atendê-los".

"Hoje em dia, não há possibilidade de um homem agredido pelo parceiro e com sua vida perigo, procurar um centro de proteção e ser acolhido nesse espaço", diz Jiménez.




Vazio legal e resistência

Muitos países têm leis específicas para violência de gênero - mas nem sempre a legislação engloba os homossexuais.

É o que acontece na Espanha, onde a lei de violência de gênero protege apenas as mulheres que são agredidas por homens.

"Muitas feministas não querem que a lei seja ampliada para não diluir o objetivo. Por isso, optamos para pedir proteção e direitos por meio das leis específicas LGBT que estão sendo aprovadas em diferentes comunidades autônomas [regionais]", afirma Paco Ramírez, da confederação espanhola LGBT Colegas.



Protesto contra homofobiaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHomossexuais que denunciam violência doméstica precisam sair do armário duas vezes, dizem especialistas



No entanto, em uma audiência no Parlamento espanhol em 2009, o centro Aldarte de atenção a gays, lésbicas e trans pediu que a lei contra violência contra mulheres fosse alterada para incluir esses grupos.

Especialistas como García veem a violência contra gays, lésbicas e trans cometida por pessoas da mesma orientação sexual como violência de gênero e pedem que as autoridades a reconheçam como tal.

"A sociedade tem que entender que a violência de gênero não é somente a do homem contra a mulher, mas de tudo que se considera 'masculino' contra o que é 'feminino'", avalia García. Para ele, 'masculino' nesse caso são atributos como salário maior, mais força física ou prestígio social.

Sob a ótima de García, os padrões de gênero, então, podem funcionar independentemente do sexo da pessoa.

Mas a realidade é sempre mais complexa.

Erica, a argentina que apanhou da primeira namorada, era, fisicamente, mais forte que sua agressora e praticava boxe, mas nunca se defendeu dos ataques com força.

"Quando ela ficava violenta, me dava taquicardia. Tentava acalmá-la e dizia o que ela queria... Se a segurasse pelas mãos e a continha, ela ficava ainda mais violenta", relata.

Apesar do medo das reações da companheira, tinha outra razão para se submeter à violência disse Erica: "No início, não podia acreditar que precisava me defender de uma pessoa que amava".

Cerca de 12 mil mulheres são vítimas de violência por dia no Brasil

Ofensas morais, violência física, mão boba no transporte público. A cada hora, 503 mulheres são vítimas de algum desses tipos de violência no Brasil. A maioria das vítimas é negra e parda. Dois a cada três brasileiros já presenciaram essas agressões. Os dados são da pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil.

O estudo foi realizado pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento foi realizado entre os dias 11 e 17 de fevereiro de 2017 com cerca de 2 mil pessoas, sendo mais de mil mulheres.

Fernanda Silva foi casada por 20 anos e sofreu agressões do marido na maior parte do casamento. Eram ofensas morais, chutes, pontapés. Ela chegou a perder o emprego devido as agressões.

SONORA: "A gente chegava a discutir e ele sempre me batia. Eu cheguei a perder duas vezes o emprego. Eu ficava com o olho roxo, as partes do corpo. Eu nunca tive coragem de denunciar por causa da família e do meu filho autista."

Assim como no caso de Fernanda, que apanhava do marido, mais de 60% dos agressores foram os atuais ou ex-companheiros das vítimas. Apesar disso, 52% das entrevistadas não fizeram nada. Apenas 11% procuraram uma delegacia e 13% pediram ajuda da família.

O juiz de direito da Vara de Violência contra a Mulher do Distrito Federal, Ben Hur Viza, explica que muitas vezes as vítimas não denunciam o agressor, por medo de serem consideradas culpadas pela agressão.

SONORA : "Por que ele agrediu? Por que a senhora não disse não, ou por que a senhora não saiu dessa relação se ele já não te bateu antes? Essas perguntas transferem a culpa do homem para a mulher."

O assédio mais comum revelado na pesquisa foi o comentário desrespeitoso na rua. Mais de 20 milhões de mulheres foram vítimas dessa violência no último ano. Outra agressão comum foi o assédio físico no transporte público. Mais de cinco milhões sofreram esse tipo de violação de direitos.

Apesar de menos comum, a pesquisa revelou ainda que 2,2 milhões de mulheres foram agarradas ou beijadas sem consentimento.

Via - EBC - Agência Nacional

Janio de Freitas e o necrológio político de Aécio

Via - Página64

Janio de Freitas, hoje, na Folha de S. Paulo, faz o necrológio de Aécio Neves, o recém falecido e nada pranteado morto da política brasileira.
Aécio é apenas mais uma prova do cinismo das elites brasileiras que, como recorda nosso mestre Janio, o apresentaram como um projeto para o Brasil.
Projeto, vê-se hoje, de que tipo.
(…)não falta quem, para receber os generosos prêmios dados aos delatores, mostre mais aos brasileiros como é de verdade o seu país. Nem faltam candidatos a ver-se, de repente, passando de louvados a execrados. Como a estrela do bom-mocismo, Aécio Neves.
Agora senador afastado pelo Supremo, e com Eduardo Cunha preso, Aécio fica mais exposto a que afinal se esclareçam em definitivo as trapaças de contratos em Furnas, cuja lista de beneficiários lhe dá lugar de destaque. Associados nessa lista, os dois retiveram por muito tempo as investigações devidas e suas consequências.
Com esse inquérito em andamento, Aécio se torna um dos senadores mais apreciados por procuradores e juízes: seis inquéritos – um por suborno e fraude na construção da Cidade Administrativa em seu governo mineiro, outro por suborno na construção de usinas hidrelétricas, três por caixa dois, e o de Furnas. Aguarda-se o sétimo.
Não foi sem motivo, portanto, que esse senador e presidente do PSDB (retirado de um cargo e licenciado do outro), conforme suas palavras agora públicas, disse ser necessário acabar com tais investigações e estar “trabalhando nisso como um louco”.
E pensar que esse era o presidente da República desejado e proposto ao país pelo “mercado”, pelos conservadores de todos os tipos e por imprensa, TV e rádio. Derrotado e ressentido, foi o primeiro a conclamar pela represália que originou o desenrolar político hoje incandescente.
Fica o epílogo de Aécio Neves como um alerta para os áulicos de João Doria.

Quem são os quase 2 mil candidatos que a JBS diz ter financiado

Planilha foi entregue por Ricardo Saud ao Ministério Público Federal




Em delação premiada, o presidente e o diretor de Relações Institucionais do grupo J&F contaram que financiaram, direta ou indiretamente, 1.829 candidatos de 28 partidos na eleição de 2014, entre postulantes a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Foram repassados quase R$ 600 milhões. Joesley Batista e Ricardo Saud não especificaram o que é propina, caixa dois ou doação legal. Na lista, publicada abaixo pelo Congresso em Foco, há também contribuições para partidos, que distribuíram os recursos entre seus candidatos. Os dados constam de anexo da delação dos dois executivos (na primeira parte da tabela, os eleitos; na sequência, os não eleitos).



Ao todo, um em cada três parlamentares teve a campanha financiada pelo grupo, conforme os delatores. Muitos alegam que não sabiam da origem do dinheiro arrecadado por seus diretórios partidários. Entre os nomes financiados pela JBS estão os dois da linha sucessória de Temer: os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Maia aparece como beneficiário de R$ 100 mil. Já no caso de Eunício não há valor. Em depoimento, Joesley disse ter dado R$ 6 milhões ao peemedebista.

“Eleitos foram 179 deputados estaduais, de 23 estados; 167 deputados federais, de 19 partidos. Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos”, contou Saud.

Em depoimento em vídeo, Joesley relata como eram realizados os repasses: “Tem pagamento via oficial, caixa 1, via campanha política, tem via caixa 2, tem via dinheiro em espécie. Basicamente essa é a forma de pagar. Normalmente acontece o seguinte: se combina o ilícito, se combina o ato de corrupção com o político, com o dirigente do poder público, e daí pra frente se procede o pagamento. Os pagamentos são feitos das mais diversas maneiras. Seja nota fiscal fria, seja dinheiro, caixa 2, até mesmo doação política oficial”.

O NOVO CAPITALISMO BRASILEIRO, ISO 26000




O Jornal Valor econômico de ontem, 16/05/2017, traz a posição do Procurador Geral do Ministério Público do Trabalho, no sentido que a reforma trabalhista proposta, não deu certo em outros países , bem como precarizou as relações de trabalho, em relação á salário e segurança do trabalho.

Como enquadrar a aludida reforma, na ISO 26000.?

Sabe-se que o mercado internacional, tem uma política, de compra , sobre respeito ao trabalho humano, não utilização de trabalho escravo, etc .

Ou seja, é um requisito da competitividade , tais premissas.

O iso 9000, é uma realidade, incontestável e quando vier o 26000?


Vide o fato da repercussão http://exame.abril.com.br/negocios/como-a-nike-esta-lutando-contra-o-uso-de-mao-de-obra-escrava/.

Ou recentemente , em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/04/30-mil-trabalhadores-que-fabricam-para-nike-e-adidas-entram-em-greve.html


Dados do dieese, sobre terceirização e precarização, estão Aqui


e é colocado que: Se queremos um sistema de mediação que permita com que as relações de trabalho sejam relações que sustentem um sistema de crescimento econômico, assentado na agregação de valor, assentado no incremento da produtividade, assentado no fortalecimento do mercado interno com geração de emprego e de salário, o sistema tem que ser coerente com esses princípios. Esse projeto não está preocupado com nada disso .

Temos a opinião, não de um sindicalista , ou um ” marxista leninista” ou blochevique trotskista”, mas sim de um CAPITALISTA: , este conteúdo do EcoDesenvolvimento.org está sob Licença Creative Commons. Para o uso dessas informações é preciso citar a fonte e o link ativo do Portal EcoD.

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Dicas para quem não quiser ficar de fora da RSE

De acordo com Cajazeira, que há 19 anos trabalha na Suzano Papel e Celulose e é referência quando o assunto é a sustentabilidade dos negócios, as empresas que querem ser perenes no mercado precisam implantar políticas de Responsabilidade Social Empresarial. “As empresas que optarem por não aderir às RSE poderão ganhar muito dinheiro fácil, durante algum tempo, mas logo depois irão acabar, porque o modelo de gestão desses novos tempos é pautado na transparência e na ética das organizações”, explicou. O executivo listou dois fatores tidos por ele como essenciais para quem deseja aplicar uma gestão socialmente responsável:

A ISO 26000, disponível, na integra aqui, estabelece, em rápidas pinceladas, que :

Com precarização, aumento de acidentes de trabalho, em especial nas terceirizações , e redução dos salários, como ficará o sistema de previdência social e o próprio capitalismo brasileiro? Afinal, como a economia irá girar se a população não tem grana, pila, money bufunfa.

O Presidente do TRT 2 ( Tribunal Regional do Trabalho) 2, visualiza o trágico futuro Aqui

Discute-se reforma da previdencia, para ” solução do deficit” mas por outro lado, lança-se um projeto que vai aumentar o deficit, pois irão aumentar os acidentes de trabalho, conforme dados de um JUIZ , DESEMBARGADOR FEDERAL DO TRABALHO.

Ou seja, ficaremos fora do mercado, quando o mercado exigir a ISO 26000? Ou aí, iremos pensar nela?

O capitalismo brasileiro, é para todo o povo? Que tipo de “capitalistas “temos? Temos irresponsaveis, socialmente ?

O que é isso, companheiro?

Lá no ALEGRETE , RS , há um cara chamado Henry que abriu uma montadora gaudéria criou uma linha de produção e barateou os veiculos e tá vendendo tri bem.

Ganha no volume.

O nome do jovem ( guri, piá) é HENRY FORD.

Tem um outro, um tal de Herbert J. Taylor, que formulou uma tal de prova quadrupla, é um guri, bem organizado, so que é de uruguaiana RS .

Consta da wikipedia que: Quando de seu retorno, trabalhou em diversas Empresas, obtendo sucesso em todas elas, quando finalmente assumiu a presidência da “Club Aluminum Company”. A Companhia estava em estado pré-falimentar. O seu comprometimento com o quadro de funcionários, a sua postura ética e a adoção da Prova Quádrupla nos negócios levou a recuperação Empresa.

Por fim, reflitamos, sob a ótica do ROTARY INTERNACIONAL, com a prova quádrupla, disponível aqui., ela diz que :

A Prova Quádrupla foi criada em 1932, pelo rotariano Herbert J. Taylor, que também foi Presidente do Rotary International. As quatro perguntas foram utilizadas como filosofia de trabalho pela Companhia do autor, que na época enfrentava uma grave crise. Os funcionários foram incentivados a utilizar o questionário em suas vidas profissionais e pessoais. A adoção desta postura, levou a Empresa a sair de uma situação pré-falimentar.A mesma Prova Quádrupla foi adotada pelo Rotary International em 1943, é amplamente divulgada pelos Rotary Clubes no mundo, e tem como objetivo desenvolver e manter altos padrões de ética nas relações humanas.


A Prova Quádrupla:

Do que nós pensamos, dizemos ou fazemos.

1. É a VERDADE?

2. É JUSTO para todos os interessados?

3. Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?

4. Será BENÉFICO para todos os interessados?


Durante muitas décadas, Rotary Clubes e rotarianos em todo o mundo têm usado a Prova Quádrupla, como instrumento para desenvolver o respeito e compreensão entre os povos.

Como se emprega a Prova é indicado pelo rotariano de Chicago que a idealizou. Sugere ele que, primeiro, se decore o texto e, depois, se adquira o hábito de confrontar pensamentos, palavras e atos com as perguntas formuladas.

É um guia para se agir direito. Se guardada de memória e aplicada no tratamento com terceiros, contribuirá definitivamente para mais efetivas e amistosas relações.

A experiência de muitos tem mostrado que se deve consultar sistematicamente a Prova Quádrupla para avaliar a retidão de pensamentos, palavras e atos, logrando-se maior felicidade e êxito.

Deixamos a seu livre arbítrio , para pensar , que CAPITALISMO BRASILEIRO QUEREMOS, afinal esta coisa de Iso 26000, não ´´e coisa de comunista , marxista leninista, bolchevique trotskista .

Ou será de subversivos ? Ou se sindicalistas .

Ou iremos pensar na Iso 26000 , só quando o mercado a exigir, será tarde.



Qual a lógica ?

A história dos Panteras Negras em 27 fatos importantes




Partido dos Panteras Negras foi fundado há 50 anos – mas, ainda hoje, muitos equívocos sobre seu revolucionário trabalho correm soltos.
The Black Panthers: Vanguard of the Revolution (Os Panteras Negras: A Vanguarda da Revolução), um documentário de Stanley Nelson, que foi ao ar na rede de TV norte-americana PBS em fevereiro, jogou uma luz necessária sobre as contribuições, convicções e dificuldades dos membros do partido.
O filme de Nelson mergulhou a fundo na discussão sobre a verdade por trás dos Panteras Negras e destacou a forte reação institucional que o movimento de libertação recebeu da polícia e do governo.
Desde o radical início do grupo, em 1966, até sua dissolução, em 1982, aqui estão importantes fatos que você precisa saber para entender melhor os Panteras Negras.
1. O princípio central que guiava os Panteras Negras era “um amor infinito pelas pessoas”.
O Partido dos Panteras Negras para Autodefesa, conhecido como o Partido dos Panteras Negras, foi fundado em 1966 por Huey Newton e Bobby Seale.
Esses dois revolucionários criaram a organização nacional como forma de combater coletivamente a opressão dos brancos. Depois de ver os negros sofrerem constantemente com a tortura praticada por policiais em todo o país.
Newton e Seale ajudaram a formar o pioneiro grupo de libertação dos negros para ajudar a construir uma comunidade e confrontar sistemas corruptos de poder.
2. Os Panteras Negras delinearam seus objetivos em um programa com 10 pontos.
Os Panteras Negras criaram uma plataforma unificada e seus objetivos para o partido foram delineados em um plano de 10 pontos que incluíram demandas por liberdade, terra, habitação, emprego e educação, entre outros importantes objetivos.
3. Os Panteras Negras monitoravam o comportamento da polícia nas comunidades negras.
Em 1966, a violência da polícia corria solta em Los Angeles, e a necessidade de proteger homens e mulheres contra a violência pelo estado era crucial.
Membros armados dos Panteras Negras apareciam durante as prisões de homens e mulheres negras, se posicionavam a uma distância permitida e vigiavam suas ações.
Era “para ter certeza de que não iria ocorrer nenhuma brutalidade”, Newton disse em imagens de arquivo, como mostrado no documentário.
Tanto os Panteras Negras quanto os policiais ficavam frente a frente, armados, um ato que estava de acordo com a lei de porte de armas vigente na Califórnia naquela época.
Esses confrontos, de muitas formas, permitiam aos Panteras proteger suas comunidades e vigiar a polícia.
4. O partido cresceu muito e chamou a atenção em várias cidades.
O objetivo do partido de aumentar o número de adeptos não visava recrutar frequentadores de igreja, como explicado no documentário, mas recrutar negros que sofriam a brutalidade da polícia no dia a dia.
Quando os negros em todo o país viram os esforços dos Panteras na mídia, especialmente depois que invadiram, armados, a sede do governo da Califórnia em Sacramento, em 1967, mais mulheres e homens ficaram interessados em se filiar.
O grupo também abordou questões como moradia, bem-estar e saúde, o que foi de encontro aos anseios da população negra em todo o país. O partido cresceu rapidamente — e não estabeleceu um processo de triagem porque a prioridade, naquela época, era recrutar o maior número de pessoas possível.
5. “Liberte Huey” tornou-se um grito de guerra contagiante depois da prisão de Huey Newton, em 1967.
Em 1967, Newton foi acusado de matar a tiros o policial John Frey, de 23 anos, durante uma blitz. Depois do tiroteio, Newton foi hospitalizado com ferimentos graves e algemado a uma maca em um quarto fortemente vigiado por policiais.
Como resultado de sua hospitalização e prisão, Eldrige Cleaver assumiu a liderança dos Panteras e exigiu que “Huey deveria ser libertado”.
A frase acabou sendo encurtada para “Free Huey” (Liberte Huey), duas palavras que despertaram um movimento exigindo a libertação de Huey.
6. Os Panteras Negras afirmaram a beleza negra, o que ajudou a atrair mais membros.
A visão de homens e mulheres negras ostentando, sem modéstia, seus cabelos afro, boinas e jaquetas de couro exerceram um apelo especial para muitos negros na época.
Refletiu um novo retrato para os negros dos anos 60 de uma forma que atraiu muitos jovens negros que queriam se filiar ao partido — alguns até mesmo escreveram cartas para Newton pedindo para se filiar.
“Os Panteras não inventaram a ideia de que o negro é lindo”, disse Jamal Joseph, ex-membro do partido, que participou do documentário de Stanley. “Uma das coisas que os Panteras fizeram foi [provar] que o negro é lindo.”
7. Os Panteras Negras entenderam como a mídia funciona e, efetivamente, se aproveitaram disso.
Os Panteras Negras promoveram sua agenda ao apelar para o que acreditavam que jornalistas e fotógrafos buscavam para cobrir o noticiário.
“Foram capazes de estabelecer sua legitimidade como uma voz de protesto”, disse o jornalista Jim Dubar no documentário. Elevaram suas vozes e imprimiram suas imagens em jornais, revistas e programas de TV.
8. O Partido dos Panteras Negras lançou o programa ‘Café da Manhã Grátis para as Crianças’.
O partido notou uma séria necessidade de nutrir crianças negras em comunidades marginalizadas, então gastavam cerca de duas horas preparando o café da manhã antes da escola para crianças em bairros pobres.
“Estudos revelaram que crianças que não tomavam um bom café da manhã eram menos atentas na escola e menos inclinadas a ter um bom desempenho, e sofriam de fadiga”, disse no documentário David Lemieux, ex-membro do partido.
“Apenas usamos essa informação e desenvolvemos um programa para servir café da manhã para crianças”, acrescentou. “Estávamos demonstrando amor por nossa gente”.
O partido servia cerca de 20 mil refeições por semana e se tornou o programa mais bem-sucedido dos 35 lançados pelos Panteras.
9. O partido tinha inimigos nos altos escalões, como o ex-diretor do FBI, J. Edgar Hoover, que lançou a COINTELPRO.
O ex-diretor do FBI J. Edgar Hoover, temia a ascensão do Partido dos Panteras Negras, por isso criou a operação secreta COINTELPRO, para desacreditar os grupos nacionalistas negros.
O objetivo do Programa de Contraespionagem era “desmascarar, perturbar, desorientar, desacreditar ou, caso contrário, neutralizar” as atividades dos nacionalistas negros.
“Éramos seguidos todos os dias, éramos assediados, nossos telefones eram grampeados, nossas famílias eram assediadas”, disse Ericka Huggins, que fazia parte dos Panteras Negras, cujos pais foram questionados pelo FBI, segundo o filme. Hoover enviava regularmente cartas aos policiais encorajando-os a encontrar novas formas para conter o Partido dos Panteras
Negras. Embora a COINTELPRO tivesse outros alvos além do partido, 245 de um total de 290 ações eram direcionadas aos Panteras Negras.
10. Hoover temia a “ascensão de um messias negro”.
Hoover temia qualquer expansão do movimento e, especialmente, temia que aliados brancos se unissem aos ativistas negros para apoiar o movimento.
Através da COINTELPRO, Hoover encontrou formas de rastrear, perseguir e pesquisar informações sobre o partido, incluindo a inserção de informantes do FBI dentro do grupo.
Um deles foi William O’Neal, que atuou como guarda-costas do proeminente membro do Panteras Negras Fred Hampton.
11. Os membros do partido moravam juntos nos “Panther Pads.”
Em resposta à operação COINTELPRO, os membros do partido criaram centros comunitários chamados de “Panther Pads”.
Alguns membros pararam de ir para casa para proteger suas famílias, por isso ficavam juntos.
Os “Panther Pads” tinham de ser monitorados 24 horas e uma lista de responsabilidades rotativa, o que, por sua vez, ajudou a criar um senso mais forte de comunidade.
12. Mulheres negras tiveram voz, ganharam reconhecimento e ajudaram a fortalecer o movimento.
Os Panteras Negras são frequentemente associados com seus integrantes do sexo masculino, mas as mulheres desempenharam um papel fundamental no partido. No começo dos anos 70, o partido Panteras Negras era formado em sua maioria por mulheres.
Mulheres como Kathleen Cleaver (na imagem), Assata Shakur, Elaine Brown e Angela Davis — que não era filiada — assumiram funções de liderança e tinham uma enorme influência na direção do partido.
“O Partido dos Panteras Negras certamente tinha um tom machista, então tentamos mudar alguns papéis de gênero evidentes de modo que as mulheres tivessem armas e os homens preparassem o café da manhã para as crianças”, Brown disse no documentário.
“Conseguimos superar aquilo?. Claro que não. Como gosto de dizer, não achamos esses irmãos em um céu revolucionário.”
13. Os Panteras Negras ajudavam a financiar o partido com a venda de jornais, que exibiam impressionantes obras de arte.
Os Panteras distribuíam um jornal em várias cidades que se tornaram vitais para a sobrevivência do partido. Eles vendiam o jornal por 25 centavos de dólar, cuja metade ia para impressão e a outra metade para os diferentes ramos do grupo.
O jornal, que trazia o plano de 10 pontos, alcançava pessoas as quais os Panteras não tinham acesso. O jornal também retratavam obras de arte comoventes, que mostravam a resiliência do cotidiano dos negros.
14. O assassinato de Martin Luther King causou um impacto devastador no partido.
O ícone dos direitos civis, Martin Luther King Jr., que consistentemente defendia a não violência e inspirou muitas pessoas, foi assassinado em 1968.
Seu assassinato desencadeou uma resposta de grandes proporções dos Panteras Negras. “Eles haviam matado a última chance que eu tinha de ser pacífico em relação a eles”, disse um ex-membro do partido. “Eles haviam matado sua última chance de negociação.”
15. O assassinato pela polícia do garoto Bobby Hutton, de 17 anos, causou grande impacto.
A resposta de Eldridge Cleaver à morte de Luther King foi mobilizar os membros do partido a atacar a polícia. Os mais jovens, sendo que o mais novo deles era Bobby Hutton, de 17 anos, estavam armados e prontos, apesar dos membros mais velhos não concordarem com a ideia.
Depois de ser acuado pela polícia em um porão, Cleaver instruiu o grupo a se render tirando toda a roupa, para que a polícia visse que estavam desarmados. No entanto, Hutton ficou com vergonha, por isso tirou apenas a camiseta.
Hutton saiu da casa com as mãos para cima e foi imediatamente baleado pelos policiais. O jovem foi um dos primeiros membros do partido a ser morto pela polícia.
16. Eldridge Cleaver se mudou para a Argélia e se concentrou na expansão do partido no exterior.
Esperava-se que Cleaver se entregasse logo depois da morte de Hutton, mas fugiu do país. Ele se mudou para a Argélia e fundou um diretório internacional.
Com isso, os Panteras Negras puderam estabelecer relações com os norte-coreanos, vietnamitas, chineses e vários movimentos de libertação africanos. Esses países compartilhavam um sentimento antiamericano semelhante ao dos Panteras.
17. David Hilliard assumiu o comando do partido temporariamente.
Com Huey Newton e Bobby Seale na prisão, e Eldrige Cleaver na Argélia, o partido ficou sem um líder.
Com isso, em 28 de setembro de 1968, David Hillard, um destacado membro do partido na época, tornou-se presidente interino do Panteras antes de ser julgado um ano depois em conexão com as acusações resultantes do assassinato de Hutton pela polícia
18. O FBI reforçou a ofensiva contra os Panteras Negras, que eram considerados uma organização terrorista.
Depois da eleição do então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, em 1968, os membros do Partido dos Panteras Negras disseram que sua administração deu a Hoover ainda mais poder para “oprimir sem restrições”.
Logo depois, Hoover identificou o Partido dos Panteras Negras como a principal ameaça aos EUA. Sua declaração, dita durante o envolvimento dos EUA na guerra do Vietnã, despertou uma fúria imediata. Após sua condenável afirmação sobre o partido, o FBI adotou uma abordagem mais pró-ativa em relação ao que considerava ser uma organização terrorista.
No filme, os Panteras Negras disseram que o FBI manipulava a polícia, invadia casas, e provocava tiroteios que levavam à prisão de vários homens e mulheres da comunidade negra.
19. “O Pantera 21” abriu um novo precedente entre membros do partido.
Em 2 de abril de 1969, 21 dos principais líderes dos Panteras Negras foram presos e acusados de atividades ligadas ao terrorismo.
A pena contra os ativistas era de 360 anos e o valor das fianças exorbitante. Os membros da comunidade se uniram para arrecadar dinheiro para as despesas jurídicas; imagens antigas do documentário mostram até a atriz Jane Fonda organizando uma campanha de arrecadação de fundos na própria casa.
Depois do processo que durou 13 meses e um julgamento de três horas, os ativistas foram finalmente absolvidos.
20. O partido começou a perder força devido às crescentes dúvidas sobre os objetivos dos Panteras.
Embora a absolvição dos 21 membros do Panteras tenha sido comemorada, o compromisso com a missão do partido se enfraqueceu, assim como os níveis de engajamento.
Outras prisões e processos contra os Panteras Negras enfureciam vários membros do partido e consumiam muita energia, o que, por sua vez, desencorajavam novas filiações.
“Ninguém queria se aproximar de um partido tão conturbado”, disse um ex-membro do Panteras no filme.
21. O julgamento de Bobby Seale abriu caminho para a liderança de Fred Hampton.
O cofundador do Panteras Negras, Bobby Seale, foi preso em Chicago, em setembro de 1969, acusado de conspirar para um motim, e depois foi julgado sob acusações de assassinato de um membro do Panteras, suspeito de ser um informante do FBI.
Durante seu julgamento, Seale exigiu que queria ser seu próprio advogado e insistiu em declarar seus direitos no tribunal.
Durante seu julgamento, protestos eclodiram exigindo que o tribunal “parasse o julgamento”. Foi nesse período que Fred Hampton ganhou relevância por sua admirável liderança e discursos empoderadores durante os protestos.
“Você pode prender um revolucionário, mas não pode prender a revolução”, foi uma de suas famosas frases.
Hampton foi uma voz de unidade racial e ajudou a construir uma base mais ampla do Panteras Negras em Chicago. Ele até mesmo expandiu sua coalizão para incluir tanto hispânicos quanto ativistas brancos que compartilhavam a mesma missão ou objetivo semelhante.
22. A polícia invadiu a casa de Fred Hampton, matando-o e também a outro membro do partido.
Em 5 de dezembro de 1969, a polícia invadiu a casa de Fred Hampton e fez entre 82 a 99 disparos, que mataram tanto Hampton quanto Mark Clark, um líder do partido da cidade de Peoria, no estado de Illinois.
A polícia alegou que a decisão de abrir fogo teve justificativa, mas os membros do Partido Panteras Negras, como afirmado no filme, acreditam piamente que Hampton era um alvo e que o tiroteio foi planejado pelo FBI. Uma investigação conduzida depois do tiroteio revelou que apenas um tiro foi disparado pelos Panteras.
“Foi um tiro para dentro, não para fora”, um integrante do partido descreveu no documentário. Enquanto isso, William O’Neal, informante do FBI, teria recebido um bônus em dinheiro.
23. A polícia de Los Angeles abriu fogo contra os Panteras Negras, levando a um tiroteio de grandes proporções.
Apenas quatro dias depois da morte de Hampton em Chicago, a polícia de Los Angeles invadiu o escritório dos Panteras Negras na cidade. Isso aconteceu numa época em que os conflitos raciais no país haviam se intensificado e a polícia se posicionou como força dominante.
Em 8 de dezembro de 1969, 300 membros da SWAT iniciaram um ataque ao estilo militar contra os Panteras Negras. Os Panteras não se renderam e dispararam de volta, levando a um enorme confronto que durou cinco horas, com 5 mil cartuchos de munição e três pessoas feridas de ambos os lados.
Todos os sobreviventes dos Panteras Negras foram levados sob custódia. Até hoje, e apesar da violência, vários Panteras Negras consideram aquele momento uma vitória, incluindo Wayne Pharr, que faz um relato detalhado e fascinante, no documentário e em seu recente livro, do que exatamente aconteceu naquele dia. “Depois daquilo, todos os principais atores estavam na prisão”, disse Pharr. “Trancados.”
24. Huey Newton foi libertado da prisão e depois renovou o foco do movimento.
Quase oito meses depois do violento confronto em Los Angeles, multidões começaram a se reunir em Oakland e exigir a absolvição e libertação de Newton.
Em 5 de agosto de 1970, Newton era um homem livre e sua libertação foi comemorada em vários lugares. Newton voltou ao movimento e renovou o foco do partido em programas como o Café da Manhã Grátis para Crianças.
No entanto, isso provocou algumas críticas por parte de membros do partido. “As pessoas não viam [o partido] como veículo para o serviço social”, a ex-integrante do Panteras Negras, Kathleen Cleaver, disse no documentário.
“Elas o viam como plataforma para uma mudança política radical.”
25. O Partido dos Panteras Negras ficou dividido devido às crescentes diferenças.
Com Newton recém-libertado, Bobby Seale preso e Eldrige ainda na Argélia, a liderança do partido se enfraqueceu. Alguns Panteras Negras escolheram um líder para seguir, enquanto outros simplesmente desistiram.
“O partido tinha líderes que não estavam à altura de seus seguidores”, disse a historiadora Clayborne Carson no filme. Enquanto isso, alguns deles suspeitavam que a divisão era obra de Hoover, do FBI, como observado pelo historiador Beverly Cage: “Isso é parte do objetivo das operações COINTELPRO”, afirmou.
26. Os Panteras Negras apoiaram a campanha de Bobby Seale para prefeitura de Oakland.
Em 1972, Newton fechou os diretórios do Panteras Negras no condado e centralizou o movimento em Oakland.
“Os números estavam caindo e a força do partido também, então apenas fazia sentido consolidar e ver o que podíamos fazer com o que tínhamos”, disse a ex-Panteras Negras Elaine Brown no filme. Naquele mesmo ano, o membro do partido Bobby Seale saiu da prisão e depois disputou a prefeitura de Oakland.
Usar seu poder político nas urnas foi uma nova abordagem para o movimento e o entusiasmo cresceu rapidamente. Seale fez uma forte campanha, o que acabou registrando 500 mil eleitores na cidade. Embora não tenha vencido, o movimento considerou a iniciativa bem-sucedida em alguns aspectos.
27. O movimento começou a desaparecer, mas os legados dos envolvidos na revolução são duradouros.
Depois da derrota de Seale, muitos disseram que havia um vazio no movimento, que levou ao fechamento de vários diretórios nacionais.
Nessa época, líderes destacados que estavam no partido desde o início decidiram sair e Newton passou a demonstrar um comportamento errático. Newton faleceu em 1989, aos 47 anos, depois de ter sido baleado em Oakland.
Eldrige morreu aos 62 anos, em 1998, embora sua família nunca tenha revelado a causa da morte.
Seale, hoje com 79 anos, está entre os muitos Panteras Negras ainda vivos que defende algumas das mesmas questões e carrega o legado pioneiro do partido.

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