Assalto Europeu a África ao longo da história

Você sabia? 14 países africanos forçados pela França para pagar impostos "benefícios" coloniais da escravatura e da colonização.



Por: BHEKISISA CHANYAvia Afro21

Quatorze países africanos forçados pela França a pagar impostos “benefícios” coloniais da escravatura e da colonização. Não, isso não é uma piada e nem mesmo uma brincadeira de mal gosto, se trata da mais pura realidade. Isso é o que poderíamos chamar de inversão de valores no mais alto grau ou pura e simplesmente de  mau-caratismo em estado elevado. 

Não é por acaso  que eles vivem acuados e com medo de atentados terroristas, afinal são um bando de facínoras que buscam tirar proveito até mesmo do que de pior existiu até hoje na história da humanidade ou seja a escravidão e o colonialismo perpetrado por países europeus que baseados em mentiras e deturpações se apropriaram de um status quo do qual eles nunca estiveram a altura.

Chegara um tempo em que quando formos contar a história dessa época sentiremos a vergonha alheia  por tanta falta de escrúpulo e ética que esses governantes sujos e sórdidos carregam consigo, por tanta perversidade e indecência. 



Eu sei que a maioria de vocês não sabem ou não sabia, mas hoje, muitos países africanos continuam a pagar imposto a França colonial, apesar de ser tão sórdido e imoral, os governantes franceses mesmo aqueles que se dizem de esquerda ainda recebem tais impostos tirando ainda mais daqueles que historicamente vem sendo explorado por essas nações.

Quando Sekou Toure da Guiné decidiu em 1958, deixar o império colonial francês, e depois optou pela independência do país, a elite colonial francesa em Paris foi expressiva em sua  indignação, e num ato de fúria histórico se rebelaram contra tal fato e desde então muitos países africanos vem sendo obrigado a pagar por ter deixado de ser colônia  da França. Por ter deixado de ser explorado, roubado, lesado estes  países hoje são extorquidos por um nação que se diz civilizada. Isso porque aos olhos deles o povo africano é que devia a França por toda a barbárie cometida em nome da civilização moderna. Então, ao invés de destruírem o pais inteiro eles passaram a cobrar tais impostos como tributo por pseudo melhorias que eles havia feito na região.

Sekou Toure tentou se livrar disso, mas naquela época três mil franceses deixaram o país, levando todos os seus pertences e destruindo tudo o que não pode ser movido ou carregado: escolas, creches, edifícios da administração pública foram destruídos, carros, livros, medicamentos, instrumentos,  Institutos de pesquisas além de  tratores que foram destruídos. Cavalos e vacas foram mortos nas  fazendas e os alimentos armazenados foram queimados ou envenenados para não serem usados pelo povo africano.

Hoje você na sua ignorância coloca a bandeira da França em sua rede social quando um atentado terrorista ou um massacre acontece com esse mesmo povo. Sem nem se dar conta de que eles estão apenas colhendo o que plantaram nada mais. Não somos a favor de terrorismo nem de massacres, mas sabemos que tudo que aqui se faz aqui se paga e não é de graça que esses povos vem pagando por seus atos e atentados contra outros povos.



Segundo os historiadores e pensadores da época o objetivo deste ato ultrajante era, obviamente, para enviar uma mensagem clara para todas as outras colônias sobre as consequências da rejeição da França.

O fato é que, aos poucos, o medo tomou conta das elites africanas,  depois desses eventos nenhum outro país jamais encontrou  coragem de seguir o exemplo de Sékou Touré, cujo slogan era “Nós preferimos a LIBERDADE na pobreza a opulência na escravidão”.

Alguns países  recém independentes buscavam  outra solução para o impasse, até que Sylvanus Olympio, o primeiro presidente da Republica do Togo, um pequeno país da África Ocidental, acabou por encontrar uma solução para acalmar os psicopatas franceses. Não querendo continuar a sofrer dominação francesa, ele se recusou a assinar o acordo proposto como solução por De Gaul, mas concordou em pagar uma cota anual para a França, para quitar a suposta divida colonial obtida pelos pseudos benefícios adquiridos no período colonial. Ou seja uma divida que nunca terá fim.

Vejamos como funciona a linha de raciocino desses pseudos senhores. eles invadiram a África roubaram, saquearam e mataram milhões de pessoas e ainda se sentem lesados por ter levado a suposta civilização de merda deles ao continente africano que nunca lhe pediu porra nenhuma.

A proposta de Sylvanus Olympio, foi  logo foi aceita pelos Franceses que em troca decidiram não destruir nem envenenar ou mesmo tacar fogo nas plantações que os mesmo africanos trabalharam arduamente no período colonial para manter as regalias dos malditos colonos.



Esta revoltado? Então, leiam isso.  O montante estimado pela França foi tão grande que o reembolso da chamada “dívida colonial” estava perto de 40% do orçamento do país em 1963.

Portanto, a situação financeira do recém independente Togo era muito instável, e, a fim de superar esta situação, o presidente Olympio resolveu deixar de lado o sistema monetário estabelecido pelo seus colonos ou seja o  (Franco das colônias francesas na África) Sistema Monetário estabelecido pelos opressores.

Em 13 de janeiro de 1963, três dias depois, ele começou a imprimir as novas notas, um pelotão de soldados (apoiado pela França) o capturou e matou pondo fim a trajetória do primeiro presidente eleito da África independente: Olympio foi executado por um ex-legionário francês, o sargento do exército Etienne Gnassingbe, aliás, recebeu na época um prêmio de 612 dólares da Embaixada Francesa local pelo  sucesso de sua missão.

O sonho de Olympio foi a construção de um país independente e autônomo,  mas a ideia obviamente não satisfez  os anseios franceses.

Em 30 de junho de 1962, Modiba Keita, o primeiro presidente da República do Mali, também decidiu retirar-se do sistema monetário CFA (tributado a 12 países africanos recém independentes).
De fato, para o presidente do Mali, que estava mais inclinado para uma economia socialista, estava claro que o acordo que ainda existia com esse pacto com a França, tornou-se uma armadilha, um fardo para o desenvolvimento do país.

Em 19 de novembro de 1968, como Olympio, Keita foi vítima de um golpe de Estado liderado por outro ex-legionário Francês,  o tenente Moussa Traoré.

 Fato é que durante este período turbulento em que a África estava lutando para libertar-se do jugo da colonização europeia, a França, utilizou inúmeras vezes mercenários e ex-filiados da Legião Estrangeira para fazer operações sanguinárias contra os presidentes recém-eleitos:




  • No dia 1 de Janeiro de 1966, Jean-Bedel Bokassa, o ex-legionário francês, deu um golpe contra David Dacko, o primeiro presidente da República Centro-Africano.
  • Em 03 de janeiro de 1966, Maurice Yaméogo, o primeiro presidente da República do Alto Volta, agora chamado de Burkina Faso, sofreu um golpe por Aboubacar Sangoulé Lamizana, um ex-legionário francês que lutou com as tropas francesas na Indonésia e Argélia contra a independência do país.
  • Em 26 de outubro de 1972 Kerekou que era um segurança do presidente Hubert Maga, o primeiro presidente da República do Benin, deu um golpe de Estado contra o presidente, depois de frequentar as escolas militares francesas 1.968-1970.
Na verdade, ao longo dos últimos 50 anos, um total de 67 tiros contra presidentes eleitos, condição que ocorreu em 26 países na África, 16 destes são ex-colônias francesas, o que significa que 61% dos golpes de Estado em África foram iniciados em ex-colônias francesas.


Número de disparos na África por país

Ex-colônias francesas
Outros países africanos
País
Número de golpe
País
Número de golpe
Togo
1
Egito
1
Tunísia
1
Líbia
1
Cote d’Ivoire
1
Guiné Equatorial
1
Madagascar
1
Guiné-Bissau
2
Ruanda
1
Libéria
2
Argélia
2
Nigéria
3
Congo – RDC
2
Etiópia
3
Mali
2
Uganda
4
Guiné Conakry
2
Sudão
5
sub-TOTAL 1
13
Congo
3
Chad
3
Burundi
4
África Central
4
Niger
4
Mauritânia
4
Burkina Faso
5
Comores
5
Vice TOTAL 2
32
TOTAL (1 + 2)
45
Total geral
22
O ex-presidente francês Jacques Chirac falou recentemente sobre o dinheiro Africano em bancos na França. Aqui está um vídeo que fala sobre o sistema operacional francês. Aqui está uma pequena transcrição do trecho: "Temos de ser honestos e reconhecer que MUITO DINHEIRO em nossos bancos são justamente a exploração do continente Africano."


Fontes:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Breve história crítica dos feminismos no Brasil

Excluídas da história oficial, as mulheres fazem do ato de contar a própria trajetória uma forma de resistência. Neste ensaio, publicado na...