A música é uma das mais regravadas da história da MPB
A Avenida Calógeras, região Central do Rio, é conhecida pelo Vilariño, bar e delicatessen onde, em 1956, Tom Jobim foi apresentado a Vinicius de Moraes pelo crítico de música Lúcio Rangel, um encontro histórico. Mas outra dupla fez história dez anos antes. A uns cem metros dali, o advogado cearense Humberto Teixeira e o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga se conheceram. Gonzaga já havia falado com ele por telefone e combinaram o encontro no escritório de Teixeira.
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Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, os donos da Asa Branca |
CANTIGA DE CEGO
Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao conhecido pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, Asa Branca era cantada pelo Sertão nordestino, com letras diferentes, e fazia parte da bagagem que os dois trouxeram consigo para o Rio.
Pelo visto, o pessoal da RCA não fez muita fé na música, uma vez que ela está no lado B do 78 rotações original, com a hoje esquecida marcha junina Vou pra Roça (Luiz Gonzaga/Zé Ferreira), na face principal do disco. Poucas canções da MPB têm tantas versões. Asa Branca vem voando há décadas, indiferente aos modismos musicais, tendo sido gravada tanto pelo pessoal do iêiêiê quanto pelos tropicalistas. Neste momento, mundo afora, alguém está cantando ou escutando Asa Branca.
ASA BRANCA PELO MUNDO
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