Jovens usam papa para justificar agressão a gays na Argentina



Um jovem gay argentino foi agredido por dois estudantes que gritavam “O Papa é argentino, não pode haver veados argentinos”, de acordo com informações do jornal “La Nación”.
Pedro Robledo, 21 anos, denunciou a agressão ocorrida no domingo (24) durante uma festa privada de alunos do colégio Marín, na cidade de San Isidro, ao Norte de Buenos Aires.
“Estava de mãos dadas com o meu namorado e um menino se aproximou dizendo que tínhamos que ficar separados porque era uma casa católica”, contou Robledo em uma entrevista ao canal C5N.
Robledo disse que, em um momento da noite, o casal se distanciou do grupo de amigos, mas foi abordado por duas pessoas e recebeu um forte golpe na cabeça. “Veados de merda, saiam daqui, é uma casa católica… O Papa é argentino, não podem haver veados argentinos”, lembrou Robledo. O jovem lamentou o episódio e disse que o “pior foi usarem o nome do Papa”. Seus amigos intervieram e um dos agressores foi identificado como Juan Ignacio Amenábar, segundo declarações de Robledo à TV.
Em resposta à agressão, a Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (FALGBT) pediu que o Congresso argentino retome a discussão de leis contra a homofobia.

"É chamativo que os agressores evoquem a nacionalidade do papa Francisco na hora de dar os golpes. Esperamos não passar por uma onda fanática que não tem anda a ver com o espírito da maioria do povo católico".
Assim como a maioria da Igreja Católica, o cardeal Jorge Mario Bergoglio não concorda com o casamento gay e mostrou sua oposição à aprovação da lei de casamento igualitário na Argentina, em 2010. Porém, defende mais direitos aos homossexuais e fez trabalhos com gays com vírus HIV quando arcebispo de Buenos Aires.


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