Marcos Feliciano - Um dossier sobre suas declarações

Segue uma lista para uma breve avaliação do Presidente da Comissão de Direitos Humanos Deputado Pr Marco Feliciano, segundo suas declarações e algumas denuncias.

Marcos Feliciano - Trata-se da maior aberração política dos tempos recentes


1-Pr Marco Feliciano diz que Católicos adoram a Satanás

http://www.youtube.com/watch?v=JA8yjIXwJc0

Em vídeo, Marco Feliciano ofende duramente os católicos:

Diz que os católicos estão com o "corpo entregue à prostituição, idolatria e misérias". 
Chama os catolicismo de "religião fajuta".
Ataca os santos católicos chamando-os de "deus de pau".
Xinga o catolicismo carismático de "avivamento de satanás".




2- Marco Feliciano desejando o SEPULTAMENTO dos pais de santo (a partir dos 3 minutos) -profetizo o FECHAMENTO DE TERREIRO de macumba, profetizo a glória do senhor na terraaaa"

http://www.youtube.com/watch?v=J0-ZCIl2DQ4&feature=youtu.be





3- PASTOR DIZ QUE A ÁFRICA FOI AMALDIÇOADA POR NOÉ


E que: "gays, se quiser fazer suas porcarias façam em suas casas não nas ruas." http://www.youtube.com/watch?v=1wbyZm3EnMQ

4 -Pastor Marco Feliciano diz "AIDS é Doença homossexual"

Os ativistas são os ‘engendramentos’ de satanás

5- ABSURDO :Pastor Marco Feliciano e a Unção do Pilão + Casa própria

http://www.youtube.com/watch?v=oTSW4v3hSXY


"Realize, em nome de Jesus, o sonho da casa própria. Com apenas R$ 300 por mês você adquire um consórcio que dará uma carta de crédito de R$ 30 mil.” Era com essa frase que o deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP) encerrava, até bem pouco tempo atrás, seu programa de pregações na tevê. Na tela, o sermão teatral era substituído pelo apelo comercial, enquanto números de telefones em seis capitais, inclusive Brasília, surgiam no canto da tevê com o logotipo da empresa GMF Consórcios. Quando foi questionado por estar se utilizando da fé alheia para acumular lucros, Feliciano saiu com a desculpa de que fazia apenas a propaganda de um patrocinador de seu programa televisivo. Agora se sabe que ele não falou a verdade. A GMF pertence ao próprio pastor. Foi criada em 2007 com mais três pastores. A atividade econômica era “comércio de programas de computador e serviços de internet”, mas mudou para “administração e representação comercial de consórcios de bens e direitos”. No contrato social, obtido por ISTOÉ, os sócios foram substituídos por Edileusa Feliciano, sua mulher. 

6 - Pr Marco Feliciano pede a senha do cartão

Poderia ser uma questão meramente ética ou ideológica. Uma discussão sobre a mercantilização da fé, de um pastor que se notabiliza por arrancar senhas de cartões de crédito e somas em dinheiro de milhares de fiéis. Afinal, o que esperar de um líder religioso que prega a intolerância sexual e o preconceito racial? Nada disso o impediu de assumir, após uma costura partidária atrapalhada, a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. ISTOÉ.

7 – O discurso de ódio do pastor Marco Feliciano

"Satanás está usando os ativistas... Satanás está presente neste governo de esquerda..."


Em entrevista a revista veja em 2011-

8 -Deputado evangélico vê maldição sobre África

Marcos Feliciano diz que episódio bíblico pode explicar tragédias também no Haiti e até no Brasil. E não teme ser visto como racista

O deputado federal Marcos Feliciano (PSC-SP) tem 38 anos, é pastor da Igreja Assembléia de Deus, comanda um instituto teológico e assumiu em 2011 seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados.  Feliciano, que gosta de dizer que já pregou em mais de 60 países em 1.600 cidades, foi alçado à fama de forma torta, depois de afirmar, no Twitter, que os africanos são acompanhados por uma maldição desde os tempos de Noé. O parlamentar, no entanto, parece ter gostado da fama: "Isso foi bom para mim, deu visibilidade", disse ele ao site de VEJA. A seguir, a entrevista.

O senhor ficou surpreso com a reação ao que escreveu no Twitter? Com certeza. A princípio, eu nem acreditei no que eu estava lendo. Tentaram unir o que foi postado no meu Twitter ao caso do deputado Bolsonaro, que não tem nada a ver. A minha equipe é quem postou essa mensagem, mas eu assumo a responsabilidade. A pergunta que foi postada é de cunho teológico. Você conhece um pouquinho da Bíblia?

Sim. Então. Noé, ao ficar bêbado e nu, viu o filho mais novo rir dele. Quando voltou a si Noé jogou uma maldição sobre a descendência do filho. Ele chama o filho, Cão, e diz: “Maldito seja Canaan, seu filho”. Amaldiçoou o neto. A pergunta teológica é essa: por que é que Noé fez isso?

E por quê? É simples: aconteceu alguma coisa, que a Bíblia não deixa claro, que o deixou extremamente furioso. Não foi apenas o fato de o filho ter o visto nu. De Cão, veio (sic) Canaan e outros filhos que povoaram a Etiópia, ou o continente africano. Por isso sobre a África sempre repousam fome, tristeza e guerra de etnias. Alguns facínoras foram levantados  lá, como Idi Amim, Jonas Savimbi, além do vírus Ebola, da Aids. O peso da maldição permanece. 

Então o senhor foi vítima da onda causada pelas declarações do deputado Bolsonaro?Foi uma triste coincidência. O problema é que eu sou o deputado federal mais votado entre os evangélicos do Brasil: tive mais de 211 mil votos. Na primeira semana do nosso mandato, teve um deputado eleito pelo estado do Rio de Janeiro que defende a bandeira GL... não sei nem a sigla...

LGBT. O senhor fala do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)?
 Esse moço aí. Ele chamou a mídia e declarou guerra à bancada evangélica. Instigou os homoafetivos do Twitter a seguirem todos os da bancada evangélica. Eu recebo ameaças de mortes, palavrões, xingamentos. Quem divulgou isso foram eles. Apesar de ter sido bom para mim: me deu visibilidade. Eu era praticamente desconhecido. Hoje, toda a imprensa nacional me ligou e eu estou tendo a oportunidade de me apresentar. 

O senhor não teme ser visto como racista? Não, porque não existem só negros na África. Há brancos na África do Sul. As pessoas não podem pensar assim, até porque eu sou descendente afro. Quem olhar para mim vai ver meu cabelo é crespo, meu nariz é largo. 

Então a maldição vale para o senhor? Ela cabe ao continente africano.

Mesmo para um branco que more lá? Sim. É uma maldição espiritual, que recai sobre o continente. Mas eu conheço muitas pessoas de lá que entregaram a vida para Cristo e hoje vivem muito bem. 

Existe alguma maldição sobre nós, brasileiros? Isso é difícil. Mas nós também recebemos o gene africano. Por isso, alguns lugares do Brasil são muito pesados. Todas as cidades, especialmente as de beira-mar, que tiveram entrada de escravos. 

Quando o Haiti foi atingido pelo último terremoto, o embaixador do país no Brasil chegou a dizer que o vodu era a causa da tragédia. O que o senhor acha? Ele tem conhecimento bíblico. Pegue todos os lugares onde você vê acontecer essas misérias. Quais deles se segue o monoteísmo, o Cristianismo? Geralmente essas desgraças acontecem em lugares desse jeito. Quem já foi à Índia sabe a miséria que é. Eles têm milhares de deuses, adoram de uma barata a uma árvore. O continente africano tem com a bruxaria e o vodu, como o Haiti.

Então tudo se explica por essa análise? O terremoto do Japão, por exemplo? O deus japonês não é um deus cristão. É Buda, ou outros deuses. Analise em outros lugares e você vai ver. 

O senhor não gostou de ser comparado com o deputado Jair Bolsonaro? Se o que dizem que ele falou é verdade, eu repudio completamente. Sinto nojo de qualquer tipo de preconceito, racismo, retaliação com minorias. Até porque eu faço parte de uma minoria: os evangélicos. 

Mas concorda com ele sobre os gays? Se Deus, que é Deus, não se mete na vida de ninguém, quem sou em para me meter? Todavia, que eles pratiquem o que quiserem praticar na vida deles, não tragam isso para os olhos dos meu filhos, para o meio da sociedade. Não quero ver na rua um homem beijando outro homem.

O senhor é da base da presidente Dilma. Não acha que essas declarações podem lhe criar problemas? Não, porque isso é insignificante. Só se alguém quiser fazer maldade. Você é uma pessoa esclarecida, eu te dei os pontos e mostrei que é apenas uma questão teológica.

Não é uma visão muito ligada ao Velho Testamento, que já teria sido superada? Tudo o que nós herdamos, herdamos do Velho Testamento. Aí vem Jesus e faz tudo novo. Mas o homem tem que aceitar Jesus como salvador. O velho testamento é o antigo pacto. O antigo pacto é quebrado com o novo.

Então a maldição serve para os africanos, coletivamente, mas, individualmente, cada africano pode ser salvo?
 Claro. E se Deus abençoar um dia e o líder do país confessar sua fé num único Deus, o país todo é livre, porque ele é autoridade máxima do país.


9 - Para o site UOL em - 31/03/2011 - "O caso do continente africano é sui generis: quase todas as seitas satânicas, de vodu, são oriundas de lá. Essas doenças, como a Aids, são todas provenientes da África"


O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou nessa quarta-feira (30), em sua página no Twitter, que os africanos são descendentes de um "ancestral amaldiçoado por Noé" e que sobre a África repousam maldições como o paganismo, misérias, doenças e a fome.
"Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss", diz a mensagem postada no perfil do deputado --após a reportagem contatar assessoria de Feliciano, a mensagem foi apagada (veja a reprodução na imagem acima).
Na sequência, Feliciano, que é pastor evangélico e empresário, afirma: "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids. Fome..."
Antes, o pastor evangélico disse que a maldição sobre a África supostamente provém do "1º ato de homossexualismo da história". "Sendo possivelmente o 1o. Ato de homossexualismo da história. A maldição de Noé sobre canaã toca seus descendentes diretos, os africanos", afirmou também.
Em entrevista por telefone, Feliciano disse que as mensagens foram publicadas por assessores, sem a sua aprovação. O parlamentar afirmou também que não considera as mensagens racistas. "Não foi racista. É uma questão teológica", disse. "O caso do continente africano é sui generis: quase todas as seitas satânicas, de vodu, são oriundas de lá. Essas doenças, como a Aids, são todas provenientes da África", acrescentou.
Hoje, quase 20h depois das declarações, o deputado negou ser racista também no Twitter. "Tenho raízes negras como todos os brasileiros. Bem como dos índios e também europeus! Rejeito essas calunias infames! Aqui não seus desalmados", disse Feliciano.
Marco Feliciano foi eleito deputado federal nas eleições do ano passado, com mais de 211 mil votos, e diz ter 30 mil seguidores no Twitter. "Sou afrodescendente, meu nariz é largo, meu cabelo é crespo. Tenho apoio do líder do movimento dos negros, pastor Albert Silva, de São Paulo", defendeu-se.
Albert Silva, no entanto, nega que apóie Feliciano e discorda das opiniões do parlamentar. "As considerações dele são de foro íntimo. Como pastor negro e militante do movimento negro, eu considero um absurdo essa visão teológica do deputado. Viola o sentido explícito do relato bíblico", afirma.
No perfil do deputado no Twitter, há também várias mensagens direcionadas a homossexuais.  O deputado afirma que vários internautas da comunidade gay o perseguem e convoca os "cristãos" a despejarem mensagens nas páginas de seus críticos. Em seguida, o parlamentar listou uma série de usuários do Twitter que supostamente o atacam.


10 - Marco Feliciano diz Mulher não deve ter os direitos do homem, que direitos das mulheres atingem a família

Em entrevista para o livro “Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil”, o deputado critica as reivindicações do movimento feminista e afirma ser contra as suas lutas porque elas podem conduzir a uma sociedade predominantemente homossexual.

“Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”, diz ele na página 155, em declaração dada em junho de 2012.
No trecho acima, como se percebe, aparece a obsessão de Feliciano: a homossexualidade.
Para o pesquisador Paulo Victor Lopes Leite, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), um dos autores do estudo, a posição de Feliciano não é exceção: reflete o pensamento majoritário defendido pelos integrantes da Frente Parlamentar Evangélica.

— Constatamos que os parlamentares evangélicos trabalham com a ideia de pânico moral, que se manifesta sempre que qualquer atitude ou comportamento se mostra diferente do conceito de família patriarcal, com pai, mãe e filhos. É a ideia de pânico moral que faz com que rejeitem qualquer transformação natural da sociedade, como o casamento igualitário e a necessidade de se discutir a legalização do aborto — avalia.

As afirmações de Feliciano causaram revolta nos movimentos feministas. Para Hildete Pereira de Melo, professora da UFF e pesquisadora de relações de gênero e mercado de trabalho, as convicções do parlamentar são atrasadas porque não acompanham as necessidades da sociedade.

— Ele é misógino e homofóbico. Desde a invenção da pílula anticoncepcional, os casais heterossexuais podem manter vida sexual ativa sem que a gravidez ocorra. Atribuir aos homossexuais a responsabilidade pela destruição da família é um delírio. A destruição tem como culpado o homem, que sai de casa e abandona os filhos quando o relacionamento termina. É preciso entender que os filhos são responsabilidade do casal, e não apenas da mulher — critica.

O Globo  e Paulo Lopes

Em entrevista a revista veja em 05/03/2013

11 - 'A união homossexual não é normal', diz candidato à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara

Além de afirmar que os africanos carregam uma maldição desde os tempos de Noé, pastor Marco Feliciano também tentou derrubar a decisão do STF que permite a união civil entre pessoas do mesmo sexo

O senhor disse em plenário viver um “tempo de caça às bruxas” sobre questões homossexuais. Acha que o Congresso representa todos os setores da sociedade brasileira? Não temos democracia aqui. A democracia só funciona para uma parte desse grupo que se diz minoria. Minoria, entretanto, é quem não tem vez, não tem voz, não tem acesso a trabalho, não consegue estudar. Onde o grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) se encaixa nisso? Eles se escondem atrás de um rótulo de minoria, não para buscar direitos, mas privilégios.

Mas eles não têm direito a defender as causas que considerem adequadas? Entre os projetos de lei que eles querem ver aprovados está a instituição de cotas dentro das universidades públicas. Se não começar a segurar um pouco esse tipo de iniciativa gay, em breve não haverá mais controle. Daqui a pouco vão criar dentro do Brasil uma nova raça, uma raça superior.

O senhor já foi acusado de racismo. Houve uma polêmica com a cantora Preta Gil, que não fui eu que comecei [o deputado Jair Bolsonaro disse ao programa humorístico CQC que seus filhos não namorariam negros porque não haviam sido criados em um “ambiente de promiscuidade”]. Um ativista do movimento negro me provocou e perguntou o que eu achava. Disse que repousava sobre o continente africano, até na África do Sul, com população branca, uma maldição patriarcal. Mas repare no meu cabelo. Somos todos descendentes de negros.

Não acha que suas posições religiosas comprometeriam suas funções na Comissão de Direitos Humanos? A comissão discute exatamente como garantir melhores condições para setores considerados excluídos. Existe um protecionismo exacerbado com o movimento LGBT. O medo deles é que eu comece a revirar a caixa de Pandora e ver onde as verbas foram investidas, se houve direcionamento. Não tenho problemas em discutir assuntos ligados à homossexualidade. Eles é que não dão direito ao contraditório. Não os xingo de nenhuma palavra. As palavras obscurantista, fundamentalista e desgraçado foram usadas por eles contra mim.
O senhor não acha que os homossexuais sofrem perseguição? Quando homossexuais são feridos, mortos ou quando sofrem qualquer tipo de preconceito, aí é uma questão de direitos humanos. Mas também me preocupo, por exemplo, com os brasileiros presos no exterior por estarem ilegais. Ninguém pergunta pelos direitos deles.

Mas o senhor fala em medo da causa gay? Nosso medo é só esse: união homossexual não é normal. O reto não foi feito para ser penetrado. Não haveria condição de dar sequência à nossa raça. Agora, o que se faz dentro de quatro paredes não me diz respeito.

Medo de quê? Deveria haver posições menos radicais na comunidade LGBT. Os gays destroem qualquer pessoa que se levante contra eles.

Por que o senhor apresentou um projeto para sustar a decisão do STF favorável à união civil de homossexuais? O casamento gay fere os direitos da Igreja. Apresentei uma proposta de plebiscito sobre a união civil. Pergunte se o grupo de direitos dos gays aceitou. Por que não posso defender o meu plebiscito? Falo por parábolas: certa vez havia animais correndo de um fogo na floresta e um beija-flor trazia uma gota d’água no bico e ia tentar apagar o fogo. Faço a minha parte. Nosso país é conservador.

12 - Marco Feliciano usa mandato em benefício de suas empresas e igreja
O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que esta semana assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) em meio a uma saraivada de críticas, usou o mandato parlamentar em benefício de suas empresas e das atividades de sua igreja. Além de destinar verbas públicas para seus negócios particulares, ele paga salário a um funcionário fantasma, que na verdade trabalha em um escritório de advocacia de Guarulhos. Essa firma recebeu R$ 35 mil da cota parlamentar do deputado desde que ele tomou posse. Feliciano também repassou recursos públicos ao escritório de outro advogado, que o defendeu em um processo eleitoral às vésperas do pleito. O gabinete 254, no Anexo 4 da Câmara, é quase uma filial da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento: o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias emprega cinco pastores da congregação que ele preside, e ainda cantores de música gospel que trabalharam na gravação de seu CD. Além de deputado, pastor e empresário, Feliciano também é músico.

Personalidade de sucesso no mundo gospel, e requisitado para palestras e pregações em todo o país, o parlamentar é dono de dois negócios: a Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos Ltda. e a Tempo de Avivamento Empreendimentos Ltda. Em 2008, a primeira empresa foi contratada pela Nettus Criação de Eventos, uma firma gaúcha, para que o pastor se apresentasse em São Gabriel, no Rio Grande do Sul. Ele seria a grande estrela da festa, que reuniu ainda cantores e outros pastores evangélicos. A empresa contratante repassou o dinheiro a Feliciano, mas ele não compareceu. Os representantes da Nettus recorreram à Justiça e o processo se arrasta até hoje na 2ª Vara Cível da Comarca de São Gabriel. Os donos da empresa lesada pedem R$ 950 mil de indenização.

O advogado que representa a empresa de Marco Feliciano nesse processo, Rafael Novaes da Silva, é contratado pela Câmara. Ele assumiu a defesa do empreendimento depois que tomou posse no gabinete do pastor, em fevereiro de 2011. Antes de Rafael se tornar secretário parlamentar, a causa tinha outros dois advogados.

O defensor da empresa do pastor não é o único contratado da Câmara que presta serviços particulares ao deputado. Wellington Josoé Faria de Oliveira, conhecido como Well Wap, é secretário parlamentar da Câmara, mas produz todos os programas de televisão da empresa de Feliciano. O site de sua produtora, a Wap TV, tem mais de 420 vídeos encomendados pelo pastor. São orações, programas de televisão, entrevistas em que Feliciano explica suas posições de repúdio aos homossexuais, e até mesmo imagens de amigos desejando feliz aniversário ao congressista. Nada que remeta às atividades parlamentares.

Funcionário fantasma
Marco Feliciano foi eleito para sua primeira legislatura em 2010. Sua campanha custou R$ 226,3 mil. Na lista de doações eleitorais, nove repasses foram feitos por integrantes da família Bauer, totalizando R$ 9 mil. Depois que o pastor ganhou a eleição, o policial civil de São Paulo Talma de Oliveira Bauer conseguiu o cargo de chefe de gabinete do parlamentar. Daniele Christina Bauer, parente do policial, ganhou emprego com salário de R$ 8.040.

A filha de Talma, Cinthia Bauer, também doou recursos para a campanha de Feliciano e, logo depois, trabalhou como assessora de imprensa do deputado. Fez viagens Brasil afora com passagens emitidas com a cota do gabinete. A proximidade do pastor com os integrantes da família Bauer é tamanha que, em agosto do ano passado, Feliciano gravou dentro das dependências da Câmara um vídeo em que pedia votos para Cinthia, então candidata a vereadora de Guarulhos. Assim como todo o material audiovisual do parlamentar, o trabalho teve produção da Wap TV.

Mas o caso mais grave é o de Matheus Bauer Paparelli, neto do chefe de gabinete de Feliciano. Ele é secretário parlamentar, contratado pela Câmara em novembro do ano passado, e recebe R$ 3.005,39 mensais. Mas o jovem formado em direito dá expediente a 1.170km do Congresso: ele é funcionário do escritório Fávaro e Oliveira Sociedade de Advogados. Na manhã de ontem, o Correio ligou para a firma e foi o próprio Matheus quem atendeu o telefonema. Questionado se ele também era funcionário do gabinete do pastor Marco Feliciano, ele disse que a ligação estava ruim e desligou. Depois, não atendeu mais as chamadas. O escritório Fávaro e Oliveira recebeu R$ 35 mil da Câmara entre setembro de 2011 e setembro de 2012, por meio de repasses da cota parlamentar de Marco Feliciano. Ao todo, o pastor gastou R$ 306,4 mil de sua cota em 2012, valor bem próximo do limite permitido pelas regras da Câmara para os parlamentares paulistas, que é de R$ 333,2 mil.

Com verba pública
Confira alguns casos de funcionários lotados e de contratação de empresas pelo gabinete do deputado Marco Feliciano

» O advogado Rafael Novaes da Silva, contratado pelo gabinete da Câmara e pago com recursos públicos, defende a empresa Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos, do próprio deputado, em um processo que tramita no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Ele assumiu a causa depois de ter tomado posse como funcionário do gabinete.

» O produtor de tevê Welington José Faria de Oliveira é contratado da Câmara dos Deputados e recebe salário com recursos públicos. Mas trabalha como produtor de tevê dos programas pessoais do pastor Marco Feliciano, sob o codinome Well Wap.

» O policial civil e pastor Talma Bauer e sua família estão entre os que mais doaram recursos para a campanha do pastor Marco Feliciano. Depois da eleição, ele assumiu cargo no gabinete, assim como sua filha, Cinthia Brenand Bauer, que também doou recursos e depois foi nomeada como assessora. Há outras duas pessoas que são parentes de Talma Bauer contratadas pelo gabinete de Marco Feliciano.

» Matheus Bauer Paparelli, neto de Talma, é um funcionário fantasma do gabinete do deputado Marco Feliciano. Apesar de ser contratado pela Câmara com salário de R$ 3.005,39, ele dá expediente diariamente no escritório Fávaro e Oliveira Sociedade de Advogados, que fica em Guarulhos. A reportagem gravou uma conversa com ele, em que Matheus confirma que trabalha mesmo no escritório de advocacia. Essa empresa recebeu R$ 35 mil em recursos da Câmara dos Deputados entre setembro de 2011 e setembro de 2012.

» O deputado Marco Feliciano emprega cantores gospel que participaram da gravação dos seus CDs. Um deles, Roberto Marinho, afirma em sua página pessoal que a função dele como braço direito do pastor é acompanhá-lo “nas viagens de ministrações pelo Brasil e pelo mundo”.

» O advogado Anderson Pomini defendeu Marco Feliciano em um processo de impugnação contra a sua candidatura, antes das eleições. Depois de conseguir liberar o pastor para disputar o pleito, a empresa Pomini Advogados Associados recebeu R$ 21 mil em três repasses de R$ 7 mil, em fevereiro, março e abril de 2011, logo depois que Feliciano tomou posse.


13 - Pode ser visto aqui tamm...
 E Feliciano ainda cometeu desvios graves de conduta, incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar. Na declaração de bens que apresentou à Justiça Eleitoral em 2010, por exemplo, ele omitiu ser proprietário da GMF Consórcios. Outra empresa também ficou fora da declaração de renda de Feliciano: a Cinese – Centro de Inteligência Espiritual, um curso preparatório para concursos cujas atividades foram encerradas no fim de 2009 e deveriam constar na declaração de Imposto de Renda do ano seguinte. Entre os R$ 634,8 mil em bens declarados oficialmente pelo pastor-deputado constam apenas as empresas Kakeka Comércio de Brinquedos e Vestuário, Marco Feliciano Empreendimentos Culturais e Eventos, e Tempo de Avivamento Empreendimentos, além de cinco veículos e oito imóveis. Informações registradas em base de dados de crédito, porém, indicam ao menos outros seis endereços em seu nome. Os imóveis ficam localizados nas cidades paulistas de Orlândia, Ribeirão Preto e São Paulo.

Os negócios tocados por Marco Feliciano e sua mulher, Edileusa, obedecem a um “modus operandi”. Primeiro, as empresas são criadas em nome de pastores que trabalham para a dupla. Em seguida, eles repassam suas cotas para Feliciano. Alguns desses ex-sócios hoje têm seus salários pagos com verba da Câmara. É o caso do pastor André Luis de Oliveira, que recebe até R$ 7 mil do gabinete de Feliciano, mas nem sequer bate ponto lá. Oliveira, na verdade, comanda o templo da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento em São Joaquim da Barra (SP). O pastor foi um dos fundadores da GMF Consórcios, ao lado de Joelson Heber Tenório, outro assessor fantasma cujos vencimentos somam R$ 6 mil. Tenório dirige a filial da igreja de Feliciano em Ribeirão Preto. O mesmo acontece com Rafael Octavio, pastor da igreja em Franca, funcionário do gabinete com salário de até R$ 7 mil e ex-sócio na Grata Music, empresa registrada em nome da mulher de Feliciano. Além de agraciar com dinheiro público pastores amigos, eles ainda eram sócios de Feliciano quando este já era deputado, o que pode complicar ainda mais a sua situação.

Por Amaral, Ivson César - para Observatório Virtual Cidadão 

2 comentários:

  1. Dados do deputado e pastor Marco Antônio Feliciano

    Nome completo:Marco Antonio Feliciano
    CPF:131.175.328-11
    *RG:22728321-1
    Data de nascimento:12/10/1972
    Município de nascimento: Orlandia /SP
    Filho de José Antonio Novo e Lucia Maria Feliciano
    Telefone: (61) 3215-5254 - Fax: 3215-2254
    Placa: GZN-1572/Ribeirão Preto
    IPVAC: 455299663 2010
    Pessoa Jurídica: 04.865.568/0002-07
    Endereço: R. Quatro Nº 277-A. Jardim Boa Vista, Orlândia SP
    CEP: 14.620-000
    Número Pessoal: (16) 9198-9242

    Evidências: http://s18.postimage.org/voht2jk8p/tweet_pastor_marco_feliciano.jpg
    Evidências: http://www.youtube.com/watch?v=lK4_YzsijTk
    Evidências: http://postimage.org/image/iy3kcel9p/

    http://anonopsbrazil.blogspot.com.br/2013/03/dados-do-deputado-e-pastor-marco.html

    ResponderExcluir
  2. Feliciano é suspeito de ter recebido propina de R$ 1 milhão

    Em uma conversa telefônica [ver abaixo] gravada pela Polícia Federal em 2010, o lobista Osvaldo Ferreira Filho pede a uma pessoa identificada como Betão R$ 1 milhão para cada um de quatro deputados.

    Ferreira cita o nome de dois deputados: o pastor Marco Feliciano (PSC), hoje polêmico por suas afirmações racistas e homofóbicas, e Otoniel Lima (PRB).

    http://www.paulopes.com.br/2013/04/feliciano-eh-suspeito-de-ter-recebido-propina-de-um-milhao.html#.UXQMkLUUvmU

    ESCUTA DENUNCIA FRAUDE PROMOVIDO POR MARCO FELICIANO, Confiram...

    http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?video=escuta-envolve-feliciano-em-esquema-de-fraude-deputado-nega-0402CD193868C4A14326&tagIds=1793&orderBy=mais-recentes&edFilter=editorial&time=all&currentPage=1

    Confira suas contas e pagamentos feitos por suas empresas - http://www.portaldocidadao.tce.sp.gov.br/despesa_fornecedor?nr_identificador_despesa=08954263000141&ano_exercicio=2009

    Valor total dos bens declarados: R$ 634.800,00 - http://noticias.uol.com.br/politica/politicos-brasil/2010/deputado-federal/12101972-marco-feliciano.jhtm#resultado

    ResponderExcluir

Breve história crítica dos feminismos no Brasil

Excluídas da história oficial, as mulheres fazem do ato de contar a própria trajetória uma forma de resistência. Neste ensaio, publicado na...