Justiça Global
Alexandre escapou de seis atentados após denunciar irregularidades em obras da Petrobras
São crianças e adolescentes, vítimas e testemunhas de crimes e defensores de direitos humanos (aí incluídos desde lideranças agrárias, índios, quilombolas e sem-teto até promotores e juízes) que recorreram à proteção do Estado para não morrer.
Vivem como exilados dentro do seu próprio país. Mas o número de ameaçados é maior. A reportagem “Jurados de morte: os novos exilados” reúne outros levantamentos de entidades como o Conselho Nacional de Justiça, a Comissão Pastoral da Terra e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que apontam a existência de 200 magistrados, 295 lideranças agrárias e pelo menos oito jornalistas ameaçados de morte. Desses, apenas uma parte mantida sob sigilo está inserida nos programas de proteção.
A reportagem inclui um mapa inédito com a distribuição geográfica desses brasileiros jurados de morte. Traz relatos de uma dezena de pessoas, como o pescador Alexandre Anderson (foto), que contam sua luta e como aprenderam a conviver com ameaças e atentados. Lideranças que enfrentam o crime organizado, maus policiais, grupos de extermínio e até empreendimentos do próprio Estado. Em comum entre elas, a esperança em dias melhores e a disposição de entregar a própria vida em favor das causas que abraçam.
Via - Blog Noelia Brito
A Revista Congresso em Foco reservou para o leitores do site perfis de jurados de morte não publicados na edição impressa. Nos links abaixo, Toni Reis, do movimento gay, conta sua luta e por que ainda resistem apesar de todas as ameaças e perseguições que sofrem.
Uma das principais lideranças do movimento gay no Brasil está entre os ameaçados de morte e diz que intimidações servem de combustível para a militância
Elza Fiúza/ABr
Toni: “Isso nunca nos intimidou. Uniu ainda mais o grupo. Essa é apenas mais uma batalha que temos de enfrentar"
“Depois dos telefonemas, mandaram recados por e-mail e pelas mídias sociais. Criaram perfis falsos na internet para nos intimidar”, diz Toni, ex-presidente e atual secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). As ameaças eram dirigidas a integrantes do Grupo Dignidade, ONG homossexual fundada em 1992.
Um perfil falso, criado em nome do filho adotivo de 12 anos de Toni e seu companheiro, o inglês David Harrad, disseminava relatos inverídicos de abuso sexual, atribuídos aos pais. O Congresso em Foco teve acesso a mais de 20 mensagens eletrônicas dirigidas ao grupo. “Antes de matar vcs, tem que fazer vcs sofrerem, cortando todos os dedos das mãos e dos pés e depois a morte com a cabeça cortada e com sangue jorrando em praça pública, pq nenhum pai, mãe e família em geral tem orgulho de ter uma desgraça, uma merda sapatão e viado na família”, dizia um dos textos.
“Lésbica tem que morrer sendo estuprada até a morte. Gay com uma pedrada ou tiro na cabeça também já resolve o problema. Vocês não perdem por esperar ainda, vermes homossexuais, o ano ainda está só começando. Muitas cabeças suas vão rolar ainda. Vamos fazer de uma forma que vocês jamais esqueceram (sic) 2013”, afirmava outro.
As ameaças foram enviadas à Organização das Nações Unidas (ONU) e aos governos federal e estadual. O caso é investigado pelo departamento de crimes cibernéticos da Polícia Civil do Paraná. Desde o final do ano passado, Toni faz parte do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. Uma situação que o deixa menos vulnerável, avalia.
“Instalaram um circuito interno de vídeo tanto na minha casa quanto no trabalho. Estamos reunindo todas as provas. O problema é que a quebra de sigilo dos emails falsos demora quase um ano”, conta. Segundo ele, as ameaças servem de combustível para continuar sua militância. “Isso nunca nos intimidou. Uniu ainda mais o grupo. Essa é apenas mais uma batalha que temos de enfrentar. A história está do nosso lado.”
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