Feliciano diz que comissão era 'dominada por Satanás'

Comissão estava ‘dominada por Satanás’, afirma Feliciano

O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), disse que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara “estava dominada por Satanás” antes de ele presidia-la.

Agora, segundo ele, “pela primeira vez na história do Brasil” a comissão está sob o comando de “um pastor cheio de espírito Santo”, de acordo com a pregação que fez na sexta-feira em um culto em Passos (MG). 

O presidente anterior da comissão foi o deputado Domingos Dutra (PT-MA). 

Ativistas dos direitos humanos têm protestado em todo o Brasil contra a ocupação do cargo por Feliciano, sob a acusação de ele ser homofóbico e racista. O pastor nega. 

Em Passos, também houve manifestação, do lado de fora do culto. Feliciano pediu ajuda dos evangélicos contra a “perseguição” do qual é vítima. “Nós sabemos o poder de nossa fé”, disse. “Se é para gritar, tem um povo [os evangélicos] que sabe o que é grito.” 

Feliciano disse que o beijo que as atrizes Fernanda Montenegro e Camila Amado se deram na boca na semana passada em protesto contra ele demonstrou ao povo brasileiro que a comissão agora cuida dos direitos humanos de todos, e não de uma minoria. "A natureza deles [dos manifestantes] é gritar, xingar, falar palavras de ordem. É dar beijos no meio da rua, tirar a roupa. A natureza deles é expor um homem como eu, pai de família, ao ridículo”

A deputada Iriny Lopes (PT-ES), que presidiu a comissão em 2010, disse que Feliciano
envergonha a Câmara dos Deputados. "Ele é um ridículo. É um vexame e deveria se mancar e não expor à Câmara ao ridículo. Está jogando para a plateia, para aparecer para a sua base e fazer campanha para 2014."

Na avaliação do jornalista Janio de Freitas, da Folha, o prolongamento do impasse cujo epicentro é Feliciano demonstra o poder que a Frente Parlamentar Evangélica adquiriu como bloco orgânico. 

Ele argumentou que a Comissão de Ética e a Corregedoria poderiam ser acionadas para desalojar Feliciano do cargo, mas os deputados não o fazem porque temem perder votos dos evangélicos. 

“A perspectiva dessa situação delineia-se neste fato incontestável: nenhum segmento político está em mais condições de crescer, nas eleições do ano próximo para o Congresso, do que os evangélicos. A contribuição que podem levar só é promissora para eles e seu projeto de poder político”, escreveu Freitas em artigo publicado no domingo. 
O PSC calcula que a repercussão em torno do deputado deverá triplicar os 211 mil votos que ele obteve em 2010.

Fonte - paulopes / Folha

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