"Acabou de comprar uma lente e já acha que é fotógrafo".
Lembro até hoje do comichão nos dedos que tive em um dos meus primeiros contatos com uma câmera profissional. A sensação de que aquele era o início de uma eterna história de amor foi instantânea, e a energia para desbravar todos os cantos do mundo não cabia em mim. Passados os 200 primeiros cliques eu já tinha pegado gosto pela coisa, e era visível que eu me transformava em outra pessoa quando olhava o universo pelo visor da máquina.
Tempos depois, em uma mesa de bar, eu estava com duas amigas que dirigem uma web série sobre histórias invisíveis comigo e surgiu uma questão. Eu estava sem grana (e sem tempo), mas queria muito começar um curso de fotografia o mais rápido possível, porque sentia uma pressão em relação a essa capacitação. Era como se eu estivesse indo em uma festa sem ser convidada, ou querendo entrar em um mundo sem pedir permissão.
Elas discordaram na hora, afirmando que olhar apurado, estilo e prática eram capazes de construir profissionais tanto quanto cursos técnicos.
Essa discussão ficou na minha cabeça durante um bom tempo, porque comecei a questionar qual o real papel da fotografia (e dos fotógrafos) no curso da história, e como o exercício dessa profissão é validado.
***
Há alguns dias a revista Times reuniu um time de historiadores, fotógrafos e profissionais da área para fazer um compilado das imagens mais influentes da história. No meio delas dá pra encontrar desde fotos captadas por nomes clássicos, como Robert Capa, até selfies de famosos. Isso me lembrou todo o debate feito em relação à fotografia, e reacendeu a vontade de conversar sobre essa questão.
Alista da Times tá bem bacana, e no projeto rolou até entrevista para contar as histórias por trás das imagens. Compartilhei a lista aqui e queria saber o que vocês pensam sobre essa seleção e sobre a discussão a respeito do que capacita profissionalmente um fotógrafo: o faro? o olhar? um diploma?
Vem ver um pouco da história sendo contada por imagens :)
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