Soldados europeus estupraram crianças durante “missão de paz”

ONU: Crianças revelaram que foram estupradas por tropas da Europa durante “missão de paz”. Uma das meninas, de apenas 7 anos, disse que foi violentada por soldados franceses “em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoitos”.


Membros das tropas francesas da operação Sangaris já estavam envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado - Foto wikimedia
A ONU acusou tropas da Georgia, de França e de outro país europeu não identificado de terem violentado sexualmente crianças durante missão de paz na República Centro-Africana, como informou o porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.
Uma das meninas, de sete anos, disse que teve relações sexuais com soldados franceses “em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoitos”. Ao todo, cinco meninas e um menino foram entrevistados por investigadores das Nações Unidas. Eles disseram que foram vítimas de violação ou que receberam dinheiro, ou algum tipo de recompensa, para ter relações sexuais com soldados que faziam parte da operação da União Europeia ou das forças francesas, que operam à parte.
Membros das tropas francesas Sangaris já estavam envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado (relembre aqui).
Segundo Colville, embora ainda não tenha sido verificado, três das meninas indicaram que os responsáveis pelas ações eram soldados georgianos que atuavam na força europeia. Elas tinham entre 14 e 16 anos quando os abusos ocorreram, em 2014.
Acredita-se que as violações tenham acontecido no campo para pessoas deslocadas próximo ao Aeroporto de Bangui, na capital da República Centro-Africana.
“Muitos destes crimes continuam sem punição, com os criminosos gozando plena impunidade”, sublinha o alto comissário de Direitos Humanos da ONU
“Estas são acusações extremamente sérias e é crucial que estes casos sejam investigados urgentemente”, disse o alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, em comunicado.
“Muitos destes crimes continuam sem punição, com os criminosos gozando plena impunidade”, acrescentou.
A República Centro-Africana vive um conflito político desde 2012, em que milícias cristãs combatem muçulmanos. Em 2013, a França - antigo colonizador do país – enviou 2.000 militares para a região e começou a passar o controle para as Forças de Paz da ONU somente em 2015. Cerca de 10.000 soldados das Nações Unidas atuam na região desde setembro de 2014.
Via - Esquerda.net

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